António Cunha Vaz, Presidente da CV&A
Termina, com este número de Outubro de 2021, o período que dedicámos à comemoração do décimo oitavo aniversário da CV&A. Em todas as geografias nas quais actuamos temos o nome que construímos. Os colaboradores que cá estão na empresa e outros que, tendo saído para as suas vidas empresariais ou pessoais, somados aos que foram entrando e aos clientes que vamos conquistando e perdendo – o mercado é dinâmico – fazem-nos terminar o ano na liderança do mercado. Os números das empresas que cumprem a lei e depositam as suas contas atempadamente assim o demonstram. Isto só nos traz um desafio acrescido: saber manter essa liderança. Não é fácil, porque alguma concorrência é boa.
“Terminamos estes dezoito anos com menos oito muito bons amigos: Rosalina Machado, Diogo Vasconcelos, Horácio Roque, Alberto da Ponte, Rui Semedo, João Soares da Silva, João Vasconcelos e já este ano, Jorge Coelho. Foram amigos leais, dos quais recebemos conselhos e ensinamentos diversos, com os quais eu criei uma relação muito para além da profissional e, por essa razão, entendo que neste momento de fim de comemoração lhes devo uma palavra muito grata. Cada um a seu modo, cada um na sua área de intervenção na sociedade e na economia deu muito ao país. A Rosalina, o Rui, o João Soares da Silva e o Jorge Coelho tornaram-se amigos muito chegados. Não posso, por essa razão alongar-me aqui sobre o que deles guardo. Mas não fossem eles e não saberia muito do pouco que hoje sei. O Horácio, que me tinha conhecido menino e que reencontrei profissionalmente, começou por ser o Senhor Comendador e logo passou a ser uma relação especial. O Alberto, que conheci profissionalmente, tornou-se depois um amigo que nos ajudou sempre que lhe foi possível. O Diogo e o João ensinaram-nos, com a sua juventude e competência, a entrar por áreas nunca antes “navegadas”: as virtuais, como as novas tecnologias, pois assim se chamavam ao tempo do Diogo na UMIC e na CISCO, e as “websummits” e o mundo das “start-ups”, um futuro no presente, como carinhosamente as tratava o João. Ambos estariam felizes, por exemplo, na Expo Dubai que agora decorre. Termino com uma palavra de solidariedade aos Familiares do Senhor General Colin Powell. Um homem que esteve nas conferências da CV&A e que agora nos deixou.
Este foi um ano atípico, de novo – acho que passa a típico se se repetir três anos seguidos -, com a pandemia e as limitações por ela impostas. Os negócios não se desenrolaram como normalmente, o teletrabalho não é o forte de uma empresa com uma cultura de proximidade entre colaboradores como a CV&A, mas a obrigação de assim acontecer trouxe-nos novas competências, com todas as dificuldades de adaptar a casa de cada um a escritório, com crianças a deambular e o outro cônjuge também a trabalhar em simultâneo. Entendo, hoje, embora continue a gostar mais de ver e interagir pessoalmente, que saímos desta situação mais ágeis. E é de agradecer o esforço que por quase todos foi feito neste tempo de teletrabalho.
Também aconteceu a nossa ligação a uma nova rede de agências – /amo – com a qual o passado recente e o presente têm revelado um enorme potencial para o futuro. Que assim seja. Quero agradecer aos colegas das agências /amo com as quais temos colaborado, em Portugal, no Brasil e em Angola, pela forma profissional e amiga como fomos acolhidos. E esta ligação comprovou que podemos manter alguma relação com terceiros, desde que não haja conflito de interesses. Por exemplo, no Dubai, a sempre nossa Cristina Ramos (que quase fundou a CV&A comigo) que trabalha noutra agência foi um exemplo claro dessa colaboração externa. Para aqueles que pensam que os textos neste editorial deveriam ser mais filosóficos, económicos ou menos pessoais fica aqui a informação: são assim porque também são para os nossos colaboradores e que, do Minho ao Algarve, nas Regiões Autónomas, em Angola, Moçambique, Cabo Verde ou Guiné-Bissau, no Brasil, em Espanha ou na Colômbia, todos merecem uma palavra que só eles percebem.
Se tudo correr bem terminaremos o ano dentro do orçamentado. Em 2022 vamos pagar impostos por nós e por aqueles que não pagam. Se todos cumprissem o seu dever os impostos poderiam ser menores. Mas ninguém parece preocupado em fazer literacia fiscal. Há tanto para mudar no País e na Europa e trabalhamos sempre com a esperança de contribuir para a mudança. Os extremismos devem ser banidos, sejam eles quais sejam, a tolerância deve imperar e devemos saber produzir, isto é, merecer os direitos que temos pelo cumprimento dos deveres, quer os naturais, quer os que nos são impostos. A Paz no mundo, o fim da pobreza, do ódio religioso, étnico, de género, entre outros devem ser objectivos permanentes. Os erros do passado não se apagam, sobretudo com ódio contra, afinal, quem não os praticou. Porque a verdade é que, por exemplo, os homens de hoje não são os mesmos que praticaram crimes horrendos, como Hitler ou Estaline. Nem a história dos povos deve ser apagada. Até para educar as gerações futuras no respeito a quem por eles lutou. O que não pode nem deve é haver dois pesos e duas medidas. Os que sofrem são sempre os mesmos. A educação escolar e a cultura devem ser fortes apostas. Só gente educada e cultivada pode acabar com os extremismos. E no dia em que acabarem (dentro de duas ou três gerações) o mundo será melhor. Só um país de gente educada é um país civilizado. Um obrigado ao Senhor Secretário-Geral das Nações Unidas pelo trabalho que tem feito.
Esta Prémio tem as mesmas características da anterior. Procura trazer ao leitor aquilo que as revistas de mercado não trazem. Temos recebido inúmeros comentários sobre a edição online, que vai sofrer melhorias significativas em Janeiro de 2022, e perguntas sobre se vale ou não a pena a edição em papel – todas elas elogiando a qualidade do mesmo, o design e o facto de ser reciclado. Estamos a ponderar o futuro, podendo garantir que ele existe e será cada vez mais rico em conteúdo. Quanto ao suporte, como diria um líder que muito contribuiu para a minha vida, “Já se Verá!”