Quarta-feira, Abril 24, 2024

É proibido proibir!

António Cunha Vaz, Presidente CV&A

Aos dezoito (18) anos é, claramente, proibido proibir! Em Maio de 1968 já era assim! Como constituímos a CV&A em Maio de 2003 e sempre nos pautámos por fazer bem, desafiámos o mestre dos mestres, Henrique Cayatte, para conceber a capa da Prémio. Por sorte nossa e disponibilidade sua, Henrique Cayatte aceitou e decidiu interpretar um cartaz original – de entre tantas originalidades que o Maio de 1968 nos trouxe – transformando-o em questão: Hoje, “É Proibido Proibir?”

Nas suas palavras: “A revolta estudantil de Maio de 68 em França, foi generosa na produção de ‘slogans’ e de grafismos de apoio a esse vasto movimento muito pela imaginação e irreverência dessas produções.”

“A capa desta nossa edição faz uma citação de um cartaz anónimo então produzido, que teve, à época e posteriormente, muitas declinações. Como esta é.”

“E assim se cumprem 18 anos!”

A Cunha Vaz & Associados, SA foi fundada por mim e pelo Armandino Neves Geraldes – hoje proprietário de uma outra agência. Nasceu para ser a mais completa e a melhor empresa em matéria de gestão da comunicação institucional e financeira de entidades diversas e rapidamente cresceu para outras áreas de intervenção neste vasto mundo da comunicação: o desporto, a política, as activações de marca e produto, os grandes eventos, os ‘public affairs’, enfim toda uma série de serviços que o mercado carece e reconhece sermos capazes de prestar.

Em Junho de 2003 quando iniciámos a nossa actividade estávamos longe de saber que, logo nesse ano e depois de começarmos com Clientes de peso – o BCP, a Optimus (operadora de telecomunicações móveis do Grupo Sonae) e a ONI (operadora de telecomunicações fixas detido pela EDP, BRISA, BCP e GALP) – ganharíamos um dos mais emblemáticos clientes, que fomos mantendo ao longo dos anos: a UEFA!

Como podem ver pela carta em destaque, a primeira vez que a UEFA externalizou todos os seus serviços de apoio à realização de um campeonato europeu de futebol (Euro 2004), fê-lo em Portugal e com a Cunha Vaz & Associados. Vários projectos de grande dimensão haveríamos de desenvolver nos primeiros 7 anos de vida. Destacaria de entre eles a organização da viagem de Bento XVI a Angola e o Campeonato Africano das Nações, em futebol de onze (CAN 2010). Em ambos os projectos concebemos e produzimos de A a Z, com a colaboração de parceiros, claro. Foram dois projectos enormes em todos os sentidos, mas, sobretudo, porque nos permitiram aprender no terreno as diferenças entre trabalhar em Portugal e fora do País.

Por esta altura começávamos, também, a “fazer campanhas eleitorais”, “ganhando” umas, “perdendo” outras. Para as Câmaras de Lisboa e de Gaia, para a Região Autónoma da Madeira, para a Presidência da República, com Mário Soares e, depois, com Maria de Belém Roseira, para o PSD (Luís Filipe Menezes), e, fora de Portugal, para Presidenciais na Guiné-Bissau, Cabo-Verde e Angola e para eleições diversa no Brasil.

A carteira de Clientes crescia – com o Emblemático Sport Lisboa e Benfica à cabeça –, novas empresas, como a Visabeira, a Mota-Engil, a KPMG, e a marca CV&A, em cerca de dois anos era uma referência no mercado. Para contentamento dos nossos clientes e desgosto de alguns concorrentes os negócios passaram por momentos entusiasmantes.

Entretanto trabalhávamos a Federação Portuguesa de Futebol, os clientes internacionais aumentavam em número e qualidade, as redes de agências independentes queriam a nossa presença e, tanto na GFCNet, como na Worldcom vivemos momentos interessantes de aprendizagem. Aderimos, mais tarde, à FTI network e os projectos na área financeira ganharam novo fôlego. Não posso deixar de agradecer ao Grupo Albion, o nosso sócio de Espanha, nas pessoas do Paget Langford-Holt e da Alejandra Moore que muito nos ajudaram na ascensão internacional e nos levaram para a Colômbia.

David Seromenho, Inês Santos, António Cunha Vaz e Vera Francisco

2009 foi um ano importante. A 11 de Setembro abrimos oficialmente a CV&A Brasil, São Paulo e Brasília, a 21 de Setembro a CV&A Angola, em Luanda, e a 30 de Setembro foi a vez de a CV&A estar legalizada em Maputo, Moçambique. Importantes para a afirmação desses mercados foram dois colaboradores e hoje accionistas da CV&A em Portugal: David Seromenho e José Pedro Luís. Sem eles o negócio naquelas geografias teria ficado pela intenção. Passados estes anos ainda são as pessoas responsáveis pelos escritórios em causa.

2010 tinha tudo para ser um ano excepcional e o princípio de mais um ciclo glorioso, mas a inexperiência nos negócios internacionais levou a que não contássemos com o incumprimento de um grande cliente – em matéria de facturação – o que mergulhou a empresa numa crise que se arrastou desde meados de 2012 – data em que percebemos que não seríamos pagos pelos serviços efectivamente prestados – até finais de 2015. Quase acreditámos nos sete anos de fartura – 2003/2010 – seguidos de sete anos de pragas. E tantas foram. Depois desse impacto negativo que nos levou a contrair dívida bancária muito elevada (estávamos em 2013 e já não conseguíamos pedir mais paciência a alguns fornecedores), os episódios em Portugal sucederam-se uns atrás de outros e, desde a falência de grandes empresas a outras que entraram em reestruturação sofremos prejuízos incalculáveis. Com a colaboração de todos – funcionários e fornecedores – soubemos ultrapassar a crise e em 2016 reerguemo-nos sendo hoje e desde há três anos a esta parte a maior empresa portuguesa do sector. Nada que nos faça descansar, pois os ciclos económicos e a impossibilidade de planificar a médio/longo prazo devem manter-nos atentos.

Este editorial é de celebração. Sem euforias, mas com muito orgulho. Os números de 2020 foram muito relevantes. Podemos, de novo, dizer que, entre as empresas que depositam as contas como a lei determina, somos a líder de mercado, mas somos, sobretudo, uma empresa cada vez mais sólida.

Termino como deveria ter começado. Convidei para escreverem neste número alguns “opinadores”. De entre os ilustres destaco apenas os que considerei da casa. Obrigado a todos os que fazem a CV&A melhor, obrigado aos que por cá passaram. Para mostrar o respeito que tenho por todos deixo saudações especiais ao David Seromenho e à Inês Santos, quase fundadores, e ao António Figueira e ao Pedro Reis, que deram um contributo relevante para que pensássemos melhor. Ao Francisco Mendia e ao Ricardo Salvo, claro, porque sem eles não teríamos rumo, deixo um abraço sincero e grato.

E ninguém nos pode proibir de nada. Muito menos de sonhar!

Partilhe este artigo:

- Advertisement -
- Advertisement -

Artigos recentes | Recent articles

“Sem o esforço dos privados, o Estado Português não teria conseguido fazer frente à pandemia”

Em entrevista à PRÉMIO, José Germano de Sousa, patologista clínico e presidente do Centro de Medicina Laboratorial Germano de Sousa, falou-nos do seu percurso enquanto médico, passando pelo cargo de Bastonário e do crescimento da sua rede de laboratórios, que se posicionam em termos de análises na área da patologia clínica como o principal ‘player’ nacional do sector, sendo actualmente responsáveis por cerca de 15 a 16% dos testes Covid que se realizam em Portugal.

Tal&Qual: ponto final, parágrafo…

José Paulo Fernandes Fafe, Antigo jornalista, accionista maioritário da empresa proprietária do "Tal&Qual"

“Honne to Tatemae”

Sónia Ito, Arqueóloga e Professora

Mais na Prémio

More at Prémio

- Advertisement -