Sexta-feira, Maio 3, 2024

Peru, um país que está na moda | Peru, un pais de moda

Sofia Arnaud

PELO MENOS HÁ DEZ ANOS NA RIBALTA, A RIQUEZA CULTURAL DO PERU TRANSFORMOU-O NUM DOS DESTINOS TURÍSTICOS MAIS IMPORTANTES DO MERCADO EUROPEU NA AMÉRICA DO SUL, COM MACHU PICCHU À CABEÇA, ALIADA À GASTRONOMIA LOCAL BASTANTE PREMIADA. MAS ESTE PAÍS TEM MUITO MAIS PARA OFERECER. NOS ÚLTIMOS ANOS TEM SIDO O NOVO “EL DORADO” DE VÁRIOS GRUPOS EMPRESARIAIS PORTUGUESES.

O Peru é o mais exótico país sul-americano, com mais de 10 mil anos de história. Tendo abrigado o Império Inca e outras civilizações pré-incas, uma das características que o torna tão especial, é um país repleto de cultura e história. Os monumentos arqueológicos e a gastronomia são dois dos seus  ‘ex-libris’ do Peru. 

É um destino privilegiado para o turismo e para o investimento no sector. Com uma história e tradição ricas, o país alberga uma das maiores biodiversidades do planeta e reúne 84 das  1 117 zonas de vida identificadas no planeta. 

A maior parte dos turistas limita-se a visitar Lima, a capital, uma cidade de frente para o mar, com cerca de 12 milhões de habitantes e situada a 2 600 metros sobre o nível do mar, e Cusco, a antiga capital dos Incas e ponto de partida para todas as explorações ao Machu Picchu. No entanto, a cidade colonial de Arequipa, com os seus museus sofisticados, arquitetura colonial e vida noturna não dispensa uma visita.

Num roteiro turístico pelo Peru é obrigatório uma passagem por Písac, um povado que fica a 33km de Cusco a caminho do Vale Nevado, com uma arqueologia das mais importantes do Vale Sagrado dos Incas, onde também é possível encontrar muitos vestígios do que foi o Império dos Incas. Uma outra atracção é o lago Titicaca, o maior lago em volume de água da América do sul, situado na fronteira entre o Peru e a Bolívia.

O Vale do Colca é também uma experiência imperdível. A profundidade do canhão é superior aos 4 000 metros, sendo duas vezes mais profundo que o Grand Canyon, nos Estados Unidos. Para os amantes da natureza, as Ilhas Ballestas são ideais para observar leões-marinhos, pinguins, pelicanos entre outros animais em estado selvagem.

A UNESCO atribuiu a 12 lugares no Peru o estatuto de Património da Humanidade, onde se destacam, entre outros, a cidade de Cusco, o santuário de Machu Picchu, a zona arqueológica de Chan Chan e o centro histórico de Lima.

A gastronomia peruana transformou-se no principal “cartão de visita” do país, tanto para os residentes como para quem o visita, que não resiste em experimentar o “ceviche de pescado”, o “lomo saltado” e o famoso ‘cocktail’ “Pisco Sour”, preparado à base de pisco e limão. Prova disso foi a recente premiação do restaurante “Maido”, em Lima, dirigido pelo ‘chef’ Mitsuharu ‘Micha’ Tsumura, pela segunda vez consecutiva, com o primeiro lugar no pódio nos “50 Melhores Restaurantes da América Latina 2018”. Em anos anteriores, também o “Astrid y Gastón” e o “Central” pertenceram aos primeiros lugares desta lista.

De destacar que a cidade de Lima foi escolhida em Outubro de 2013, pela primeira vez, para sediar os Jogos Pan-Americanos de 2019, que vão decorrer entre os dias 26 de Julho e 11 de Agosto.

Empresas portuguesas atentas ao Peru

A economia peruana apresenta um crescimento sistemático há 18 anos, com uma média superior a 4%. Reflectindo a sua diversidade geográfica, uma região costeira árida, mas rica em recursos piscatórios, e uma zona central montanhosa fértil em importantes recursos minerais, é um dos mais importantes produtores mundiais de cobre, ferro, prata e ouro. 

No contexto da América Latina, o país posicionou-se, em 2016, como a 7ª maior economia e o 4º país em superfície e população, sendo assinalável a mudança estrutural que o país registou nas três últimas décadas.

Actualmente, o sector dos serviços é o que mais pesa no PIB peruano (com cerca de 60%), com destaque para as telecomunicações e serviços financeiros, que contribuem para 40% do PIB, embora ainda haja um relativo caminho a fazer para melhorar a modernização e competitividade do sector. A indústria, que representa cerca de 35% do PIB, tem vindo também a modernizar-se, o que se reflete num aumento do emprego nas indústrias de base nacionais.

Na última década, a economia do Peru foi das que mais rapidamente cresceu, a uma taxa média anual de 5,9%, com taxas de inflação baixas (de 2,9%), graças a um ambiente externo favorável, políticas macroeconómicas prudentes e reformas estruturais. O forte crescimento do emprego e rendimento gerou uma rápida redução dos níveis de pobreza do país.

Embora a procura interna, consumo e investimento, continue a ser o principal motor de crescimento do país, com uma inflação estável e apreciação relativa da moeda (Novo Sol), o desempenho do sector externo continua a ter uma importância crucial no crescimento da economia peruana. Das exportações do Peru, mais de 50% são de minérios e minerais vários, 21% de bens alimentares e 12% de combustíveis minerais.

Segundo os dados da AICEP, em 2018 o Peru surgiu no lugar 68 na lista de clientes de Portugal, e na posição 72 enquanto fornecedor, representando 0,05% do total das aquisições portuguesas no estrangeiro. 

O regresso a uma balança comercial positiva, em 2016, contribuiu para reduzir o défice da balança corrente, que se situará no valor médio de 2,6% do PIB, entre 2017-21. As remessas dos emigrantes pesarão, também, positivamente na balança corrente.

É por todo este contexto macroeconómico positivo, por ser o país da América Latina que mais cresceu nas últimas duas décadas, que mais reduziu a pobreza, com uma inflação controlada, uma dívida pública de 25% do PIB e bons recursos humanos, que o Peru tem estado nos últimos anos no foco das empresas portuguesas.

Um exemplo recente, é do Grupo Fidelidade, que no início do ano comprou 51% da seguradora peruana La Positiva Seguros y Reaseguros por 93 milhões de euros. Esta compra permitiu a entrada da companhia portuguesa no mercado Latino-Americano, permitindo à seguradora diversificar o seu âmbito de actuação, desenvolver novas oportunidades para o crescimento do negócio, consolidando assim a sua presença internacional que chega já a quatro continentes. 

A internacionalização da companhia, que é controlada pela chinesa Fosun e em que a Caixa Geral de Depósitos detém 15%, é um ponto importante nesta operação. Para Jorge Magalhães Correia, presidente do Grupo Fidelidade: “A conclusão deste processo de aquisição é mais um passo na consolidação da estratégia de internacionalização da Fidelidade, aproveitando o potencial de crescimento económico sustentado do mercado peruano, marcando, também, o início da nossa expansão na América Latina”.

Mas este é apenas um dos grandes negócios recentes. O que se tem verificado é que quem tem apostado no Peru de forma séria e a longo prazo tem-se saído bem. Veja-se o exemplo da Mota-Engil, que começou há cerca de 20 anos a sua internacionalização no Peru. 

“É um mercado exigente, com elevados parâmetros de qualidade, mas a experiência e a competência têm-nos permitido estar entre as maiores construtoras do mercado. A nossa obra de maior relevância é o empreendimento mineiro de Las Bambas, uma das maiores minas de cobre do mundo”, destaca fonte oficial da Mota-Engil. 

A Mota-Engil está integrada no Peru como empresa local, promovendo parcerias, consórcios e investindo nos colaboradores locais, promovendo o envolvimento da comunidade local. Mais recente é o investimento da EDP. No final de 2017, a eléctrica, em parceria com a China Three Gorges, investiu 430 milhões na construção de uma barragem no rio San Gaban, a sul do país, que deverá estar concluída em 2022. 

De acordo com a AICEP, estas empresas estão entre os dez maiores investidores nacionais no Peru, mas a estas juntam-se outras como, por exemplo, a PHC, uma empresa de ‘software’ de gestão que está no Peru desde 2015, e onde mantém uma forte aposta, ou a Teixeira Duarte, que começou a actuar no país através da sucursal da sua participada “E.P.O.S. – Empresa Portuguesa de Obras Subterrâneas, S.A.”, ali constituída em Outubro de 2016 e que em 2017 constituiu a sociedade “Teixeira Duarte Perú – Ingeniería y Construcciones, S.A.C.” com o intuito de começar a actuar nas áreas da Geotecnia e Fundações e nas Obras Marítimas.

Mas existem muito mais empresas portuguesas interessadas em seguir o caminho da internacionalização para o Peru. Quem conhece bem o país sublinha que é na falta de infraestruturas que podem estar as maiores oportunidades para as empresas lusas. O investimento em infraestruturas impulsionará o sector da construção e o sector retalhista tornando-os dos mais dinâmicos da economia peruana.

Perú es el más exótico país de América del Sur, con más de 10 mil años de historia. Habiendo albergado el imperio Inca y otras civilizaciones pre incas, uno de los rasgos que lo hacen tan especial, es un país que rebosa cultura e historia. Los monumentos arqueológicos y la gastronomía son dos “ex libris” de Perú.

El país andino un destino privilegiado para el turismo y para las inversiones en el sector. Con una enorme riqueza de historia y tradiciones, disfruta de una de las mayores biodiversidades del mundo y reúne 84 de las 1117 zonas de vida identificadas del planeta.

La mayoría de los turistas se limita a visitar Lima, la capital, una ciudad a 2600 de altitud frente al mar, con cerca de 12 millones de habitantes, y Cusco, la antigua capital de los incas y punto de partida de todas las exploraciones al Machu Picchu. Pero la ciudad colonial de Arequipa, con sus excelentes museos, su arquitectura colonial y su animada vida nocturna también merece una visita. 

En el viaje turístico a Perú es obligado pasar por Písac, un poblado a 33 km de Cusco camino del Valle Nevado con una arqueología de las más importantes del Valle Sagrado de los Incas, y donde también se encuentran muchos vestigios de lo que fue el Imperio Inca.

Otra atracción de Perú es el lago Titicaca, el mayor en volumen de América del Sur, en la frontera con Bolivia.

El Valle do Colca ofrece también una experiencia imprescindible. La profundidad del cañón es mayor de 4000 metros, dos veces más que el Gran Cañón de Estados Unidos. Para los amantes de la naturaleza, las Islas Ballestas son ideales para contemplar leones marinos, pingüinos y pelícanos, entre otros animales en estado salvaje. 

La UNESCO reconoció a 12 entornos de Perú el estatuto de Patrimonio de la Humanidad, entre los que destacan la ciudad de Cusco, el santuario de Machu Picchu, el yacimiento arqueológico de Chan Chan y el centro histórico de Lima.

La gastronomía peruana se convirtió en su principal tarjeta de visita, tanto para los residentes como para los visitantes, que no se resisten a probar el ceviche de pescado, el lomo saltado y su famoso coctel Pisco Sour, preparado a base de pisco y limón. 

Prueba de ello fue el reciente reconocimiento, por segunda vez consecutiva, al restaurante “Maido”, en Lima, dirigido por el chef Mitsuharu ‘Micha’ Tsumura, como el primero entre los “50 Mejores Restaurantes de América Latina 2018”. En pasadas ediciones, también ostentaron los primeros lugares de la lista el “Astrid y Gastón” y el “Central”.

Es de destacar que la ciudad de Lima fue elegida en octubre de 2013, por primera vez, como sede de los Juegos Olímpicos Panamericanos de 2019, que tendrán lugar entre el 26 de julio y el 11 de agosto de este año. 

Empresas portuguesas atentas a Perú

La economía peruana mantiene un crecimiento sostenido desde hace 18 años, con una media superior al 4%. Esto es un reflejo de su diversidad geográfica, una región costera árida, más rica en recursos pesqueros, y una central montañosa fértil en recursos minerales, especialmente cobre, plata, oro y minas de hierro y carbón. El país es uno de los más importantes productores mundiales de cobre, hierro, plata y oro.

Dentro de los países de América Latina, Perú se posicionó, en 2016, como la séptima mayor economía y el cuarto país en superficie y población, un lugar que se puede atribuir a los cambios estructurales que registró en las tres últimas décadas.

En la actualidad, el sector servicios es el de mayor peso en el PIB peruano (con cerca del 60%), especialmente en el campo de las telecomunicaciones y los servicios financieros, que suponen el 40% del PIB, aunque aún quede camino por hacer para mejorar la modernización y la competitividad del sector.

La industria, que representa casi el 35% del PIB, también se ha modernizado, lo que se refleja en un aumento del empleo en las industrias de base nacionales. 

En la última década, la economía de Perú fue de las que más rápidamente creció, con una tasa media anual del 5,9% e índices de inflación más bajos (del 2,9%), gracias a un entorno exterior favorable, políticas macroeconómicas prudentes y reformas estructurales. El fuerte crecimiento del empleo y la productividad generó una rápida reducción de los índices de pobreza del país.

Aunque la demanda interna, consumo e inversión, continúa siendo el principal motor del crecimiento del país, con una inflación estable y una apreciación relativa de la moneda (el Nuevo Sol), el rendimiento del sector exterior continúa teniendo una vital importancia en el crecimiento de la economía peruana. 

De las exportaciones de Perú, más del 50% son de minerales, el 21% del sector de la alimentación y el 12% de combustibles minerales.

Según los datos de la AICEP, en 2018 Perú apareció en el 68º puesto del ranking de clientes de Portugal, y en el 72º de proveedores, representando el 0,05% del total de las compras portuguesas en el extranjero. 

El retorno a una balanza comercial positiva, en 2016, contribuye a reducir el déficit de la balanza corriente, que se situará en un valor medio de 2,6% del PIB entre 2017-21. Las remesas de los migrantes supondrán también un peso positivo en la balanza corriente.

Por todo este contexto macroeconómico positivo, por ser el país de América Latina que más creció en las últimas dos décadas, el que más redujo la pobreza, con una inflación controlada y una deuda pública del 25% del PIB, Perú se ha situado en los últimos años en el foco de las empresas portuguesa.

Un ejemplo reciente es Grupo Fidelidade, que a primeros de año adquirió el 51% de la aseguradora peruana La Positiva Seguros y Reaseguros por 93 millones de euros. 

Esta compra permitió la entrada de la compañía portuguesa en el mercado latinoamericano, permitiendo a la aseguradora diversificar su ámbito de actuación y desarrollar nuevas oportunidades para el crecimiento del negocio, consolidando así una presencia internacional que abarca ya cuatro continentes.

La internacionalización de la compañía, que está controlada por la empresa china Fosun y en la que la Caixa Geral de Depósitos tiene el 15%, es un punto importante en esta operación. Para Jorge Magalhães Correia, presidente del Grupo Fidelidade: “La finalización de este proceso de adquisición es un paso más en la consolidación de la estrategia de internacionalización de Fidelidade, aprovechando el potencial del crecimiento económico sostenido del mercado peruano, marcando, también, el inicio de nuestra expansión en América Latina”.

Pero este es sólo uno de los grandes negocios recientes. Lo que se ha demostrado es que, a quienes han apostado por Perú de manera firme y a largo plazo, les ha salido bien. Valga el ejemplo de Mota-Engil, que comenzó hace cerca de 20 años su internacionalización en Perú.

“Es un mercado exigente, con elevados parámetros de calidad, pero la experiencia y la competitividad nos ha permitido estar entre las mayores constructoras del mercado. Nuestra obra de mayor importancia es el proyecto minero de Las Bambas, una de las mayores minas de cobre del mundo”, destaca una fuente oficial de Mota-Engil.

Esta compañía está integrada en Perú como empresa local, promoviendo sociedades y consorcios, y contratando colaboradores de la zona, promoviendo así la implicación de la comunidad local. 

Más recientes son las inversiones de EDP. A finales de 2017, la eléctrica, en colaboración con la China Three Gorges, invirtió 430 millones en la construcción de una presa en el río San Gaban, al sur del país, que deberá estar terminada en 2022.

Según AICEP, las empresas citadas están entre las diez mayores inversionistas nacionales en Perú, pero se están sumando otras, como por ejemplo PHC, una empresa de “software” de gestión que está en Perú desde 2015, y donde mantiene una fuerte apuesta; o la compañía Teixeira Duarte, que comenzó a operar en Perú a través de la sucursal de la empresa, participada por ella, “E.P.O.S. – Empresa Portuguesa de Obras Subterrâneas, S.A.”, creada allí en octubre de 2016 y que, en 2017, constituyó la sociedad “Teixeira Duarte Perú – Ingeniería y Construcciones, S.A.C.” con la intención de comenzar a actuar en el sector de la Geotecnia y Cimientos y en las Obras Marítimas.

Pero existen muchas más empresas portuguesas interesadas en seguir el camino de la internacionalización en Perú. Quien conoce bien el país subraya que en el déficit de infraestructuras es donde pueden encontrarse las mejores oportunidades para las empresas lusas. La inversión en infraestructuras impulsará el sector de la construcción y el minorista, convertidos en los más dinámicos de la economía peruana.

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