Domingo, Maio 5, 2024

HCB: Uma das chaves para o futuro de Moçambique | HCB: One of the keys to the future of Mozambique

José Pedro Luís
José Pedro LuísDirector-Geral da CV&A

A Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB) terá, em 2019, um dos mais importantes anos da sua história. Depois do início do enchimento da barragem, em Dezembro de 1974, e da transferência de controlo da HCB de Portugal para Moçambique em Novembro de 2007, este ano a empresa irá abrir o seu capital a todos os cidadãos e empresas moçambicanas, ao entrar na Bolsa de Valores de Moçambique (BVM).

Ao concretizar esta operação, a HCB, mais que materializar uma decisão governamental, anunciada pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, no final de 2017, cumpre um desígnio que se esperava desde que a mais icónica empresa moçambicana passou a ser detida por Moçambique: a possibilidade de todos os moçambicanos terem uma participação no capital da HCB e beneficiarem da riqueza produzida através da venda de energia essencial para três países da África Subsaariana – Moçambique, África do Sul e Zimbabué. 

A HCB assume assim uma responsabilidade acrescida na inclusão dos moçambicanos: para além de já ser essencial na geração da electricidade que depois é distribuída a casas e empresas em Moçambique, e ser um gerador de rendimento para o Estado, passa ainda a ser fonte de investimento e, espera-se, de rendimento adicional para milhares de investidores.

A electricidade continuará, contudo, a ser a principal fonte de riqueza, inclusão social e desenvolvimento gerada pela HCB. O acesso a energia eléctrica de qualidade e acessível, de forma permanente, é um dos imperativos ao desenvolvimento económico e social, impactando decisivamente em todas as áreas da economia, sendo essencial para uma aceleração do crescimento de uma classe média no país e na região, bem como no fomento do desenvolvimento e da instalação de mais indústria no país. Isto ganha ainda mais relevância num país como Moçambique que continua a atrair cada vez mais projectos internacionais e onde o Governo, reiteradamente, tem afirmado que não querer ficar sentado à sombra da bananeira que será a exploração de umas das maiores reservas de gás natural do Mundo.

Voltando à OPV, a entrada da HCB na BVM trará outros grandes benefícios para além da abertura de capital, propriamente dita, como será a maior exigência a que a empresa estará sujeita, principalmente com a integração de padrões internacionais de qualidade, governance e transparência, o que por sua vez irá facilitar o acesso a capital e crédito que permitirá à HCB modernizar a sua infraestrutura, evoluir e crescer, contribuindo ainda mais para a criação de riqueza.

Recorde-se que a HCB, juntamente com a Eletricidade de Moçambique (EDM), foi mandatada pelo Governo para a estudar a implementação da Hidroeléctrica de Mphanda Nkuwa, um empreendimento no Rio Zambeze que não apenas irá aumentar consideravelmente a produção eléctrica na região, como irá acelerar a viabilização o desenvolvimento da Cahora Bassa Norte (a implementação de geradores na margem Norte do Zambeze). Tudo isto irá possibilitar o aumento considerável da capacidade instalada de produção de energia hidroeléctrica do país, o que por sua vez reforçará todos os benefícios atrás referidos. E para tudo isto, será necessário investimento, que poderá ser conseguido através da dispersão de mais capital ou de financiamento sustentável e responsável.

Face a estes factos, é fácil concluir que esta OPV é mais que uma “simples” operação de mercado, sendo antes algo que abrirá portas para que Moçambique se desenvolva ainda mais e adquira importância acrescida na região da SADC, seja enquanto principal fornecedor de energia eléctrica, seja como polo agregador de indústrias que carecem de fornecimento intensivo e estável de energia, e que irão criar emprego para uma população jovem, ambiciosa e em franco crescimento.

The Cahora Bassa Hydroelectric Power Plant (HCB) is going through one of the most important years of its history in 2019. After the dam filling in December 1974 and the transfer of HCB control from Portugal to Mozambique in November 2007, the company is to open its capital this year to all Mozambican citizens and companies upon entering the stock exchange of Mozambique (BVM).

In doing so, HCB, more than materializing a governmental decision, announced at the end of 2017 by the President of the Republic, Filipe Nyusi, meets a goal that had been expected from the beginning and ever since the most iconic Mozambican company changed ownership and was owned by Mozambique: opportunity for all Mozambicans to hold a stake in HCB’s capital and to benefit from the wealth produced through the sale of essential energy to three Sub-Saharan African countries – Mozambique, South Africa and Zimbabwe. 

HCB thus takes on an increased responsibility for the inclusion of all Mozambicans: in addition to being essential for the generation of electricity distributed to both homes and companies in Mozambique, and for being an income generator for the State, it is also a source of investment and will hopefully become an additional source of income for thousands of investors.

Electricity will continue, however, to be the main source of wealth, social inclusion and development generated by HCB. Access to quality, affordable and permanent electricity is one of the imperatives for economic and social development and has a decisive impact on all areas of the economy and is essential to accelerate growth of the middle class in the country and in the region and to foster the development and installation of more industry in the country. This is even more relevant in a country like Mozambique that continues to attract more and more international projects and where the Government has repeatedly stated that it doesn’t wish to sit under the shadow of the banana tree, referring to the exploitation of one of the largest reserves of natural gas in the world.

Going back to the IPO, HCB’s entry in the Mozambique Stock Exchange will bring about other major benefits, considering the requirements the company will be subject to, particularly the integration of international standards of quality, governance and transparency, which in turn will make it easier for HCB to access capital and credit and modernize its infrastructure, evolve and grow, further contributing to wealth creation.

It is worth recalling that HCB, together with Electricity of Mozambique (EDM), was mandated by the Government to study the implementation of the Mphanda Nkuwa Hydroelectric Power Plant, a project in the Zambezi River that will not only massively increase production but will accelerate the feasibility of the development Cahora Bassa North (the implementation of generators on the northern bank of the Zambezi river). All of this will enable a considerable increase in the country’s installed capacity for hydroelectric power generation, which in turn will reinforce all of the aforementioned benefits. And for that more investment will be needed which can be achieved floating more capital and through sustainable and responsible funding.

In light of this, it’s easy to conclude that this IPO is more than a “simple” market operation, as it will open the door for Mozambique to develop further and acquire greater importance in the SADC region as the main supplier of energy and as aggregator of industries currently lacking intensive and stable energy supply thereby creating jobs for an ambitious and growing young population.

Partilhe este artigo:

- Advertisement -
- Advertisement -

Artigos recentes | Recent articles

Um país na flor da idade

Nos últimos 20 anos Angola sofreu inúmeras transformações, desde a mais simples até à mais complexa. Realizou quatro eleições legislativas, participou pela primeira vez numa fase final de um campeonato do mundo, realizou o CAN e colocou um satélite em órbita.

David Cameron

David Cameron foi Primeiro-Ministro do Reino Unido entre 2010 e 2016, liderando o primeiro Governo de coligação britânico em quase 70 anos e, nas eleições gerais de 2015, formando o primeiro Governo de maioria conservadora no Reino Unido em mais de duas décadas.

Cameron chegou ao poder em 2010, num momento de crise económica e com um desafio fiscal sem precedentes. Sob a sua liderança, a economia do Reino Unido transformou-se. O défice foi reduzido em mais de dois terços, foram criadas um milhão de empresas e um número recorde de postos de trabalho, tornando-se a Grã-Bretanha a economia avançada com o crescimento mais rápido do mundo.

Conferências com chancela CV&A

Ao longo de duas décadas, a CV&A tem vindo a promover conferências de relevo e interesse nacional, com a presença de diversos ex-chefes de Estado e de Governo e dirigentes políticos de influência mundial.

Mais na Prémio

More at Prémio

- Advertisement -