Sexta-feira, Abril 26, 2024

Pacto do Porto para o Clima: Rumo à neutralidade carbónica até 2030

Rumo à neutralidade carbónica até 2030

Filipe Araújo | Vice-Presidente da Câmara Municipal do Porto

A espécie humana no Planeta enfrenta enormes desafios, sendo necessários múltiplos investimentos, em diversas frentes e concertados, tendo em vista garantir o equilíbrio climático mundial e com isso assegurar uma melhor qualidade de vida para nós e para as próximas gerações.

A redução das emissões de gases com efeito de estufa (GEE) no Porto já atingiu 52,2% em 2020 (face ao ano base de 2004), resultado de uma aposta continuada de descarbonização em vários sectores. Compreendendo que os ativos municipais são apenas responsáveis por 6% das emissões de GEE, percebemos que tínhamos de ir mais longe. A maioria das emissões da cidade provém dos sectores dos edifícios, residencial e serviços (~50%) e dos transportes (~40%) pelo que se torna imprescindível envolver os diferentes atores da cidade num esforço concertado e ambicioso capaz de diminuir de forma significativa as emissões. E isso motivou-nos a lançar o Pacto do Porto para o Clima: um compromisso aberto à cidade, às organizações públicas e privadas, e que apela à mobilização massiva dos portuenses, com um grande objetivo comum: alcançar a neutralidade carbónica até 2030.

Ainda que trilhemos um caminho em conjunto, no Porto, procuramos liderar pelo exemplo, atuando de forma assertiva e coerente nos esforços de descarbonização. O reforço dos espaços verdes, a aposta na partilha de energia, o incremento da mobilidade sustentável, o aumento da eficiência do edificado, a promoção da poupança energética, o investimento em iluminação LED inteligente e maior circularidade são alguns dos eixos estratégicos da ação do Município.

Concretizando, há medidas paradigmáticas e disruptivas que podemos, desde já, evidenciar: 100% da energia utilizada pelo Município do Porto é proveniente de fontes renováveis; a gratuitidade dos transportes públicos na cidade para crianças e jovens até aos 18 anos, criando hábitos nesta faixa etária e com poupança para as famílias portuenses; a substituição da iluminação pública para LED que segue a bom ritmo ou a expansão da recolha de resíduos orgânicos às casas dos portuenses e a sua valorização.

Estamos a afirmar o Porto como produtor de energia limpa de base solar e a contribuir para uma maior independência energética da cidade. Temos em pleno funcionamento o Porto Energy Hub, um gabinete de aconselhamento que está a apoiar cidadãos e empresas em projetos de eficiência energética e produção de energia. Neste campo, está em marcha um plano de incentivos à instalação de painéis fotovoltaicos em edifícios particulares que ronda os 8 milhões de euros, bem como vamos investir na produção de energia nos edifícios de habitação social, num investimento de 6 milhões de euros que contribui para a redução da fatura e mitigação da pobreza energética das cerca de 30 mil pessoas que neles vive. A primeira Comunidade de Energia Renovável (CER) do país envolvendo habitação social está pronta a produzir energia, faltando apenas a autorização da DGEG. Estamos a trabalhar no sentido de promover sinergias para a criação de mais CER que envolvam os parceiros do Pacto.

O Pacto do Porto para o Clima conta com mais de 200 subscritores, entre os quais a Cunha Vaz & Associados, e tem mobilizado algumas das mais reputadas instituições e organizações empresariais do Porto e da região. Este Pacto vai ao encontro dos objetivos da Missão Cidades da União Europeia, sendo o Porto uma das 100 cidades selecionadas para atingir a neutralidade carbónica até 2030.

Podem subscrever ou acompanhar a atividade em: pactoparaoclima.porto.pt 

(Texto escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico)

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