Sexta-feira, Maio 3, 2024

INTERNACIONAL | Angola

CRIADA EM 1976, A SONANGOL – SOCIEDADE NACIONAL DE COMBUSTÍVEIS DE ANGOLA – É A CONCESSIONÁRIA EXCLUSIVA PARA A EXPLORAÇÃO DE HIDROCARBONETOS LÍQUIDOS E GASOSOS NO SUBSOLO E NA PLATAFORMA CONTINENTAL DE ANGOLA. FIQUE A CONHECER A ACTIVIDADE DA EMPRESA E TODO O TRABALHO QUE ESTÁ POR DETRÁS DE UM GESTO SIMPLES, COMO POR EXEMPLO, ABASTECER UM VEÍCULO.

Do poço ao posto: Muito trabalho por detrás de gestos simples

Abastecer um carro ou um gerador com combustível, andar de comboio, de avião ou de barco, acelerar no asfalto ou mesmo guardar comida em caixas ou sacos de plástico são rotinas desde há muito. E, como é normal em tudo o que sejam rotinas, nem pensamos que possa haver algo em comum entre todos estes momentos. Mas há e tem um nome: hidrocarbonetos.

Os hidrocarbonetos são o que move a Sonangol – e o mundo como o conhecemos. O petróleo é a face mais visível, ou omnipresente, destes compostos. O “ouro negro”, como é igualmente chamado, pelo seu elevado valor – não apenas monetário, mas como base de tantos produtos do nosso dia-a-dia –, faz parte da nossa vida. É geralmente no posto que o vemos (ou melhor, usamos), na forma de gasolina ou gasóleo, mas há todo um percurso desde que é formado, até chegar a nós. É um percurso que vai do poço ao posto.

E a Sonangol faz este percurso todos os dias, através das diferentes unidades da companhia que trabalham nas três principais actividades da indústria de petróleo: ‘upstream’, ‘midstream’ e ‘downstream’.

De forma mais simplificada, estes segmentos traduzem-se em algumas etapas onde as palavras de ordem são conhecimento e profissionalismo: pesquisa, perfuração, desenvolvimento e produção, transporte, armazenamento, refinação e, por fim, distribuição (mais conhecida por comercialização).

O início é a pesquisa

Tudo começa com a pesquisa, na qual se procuram, no subsolo (em terra – ‘onshore’, ou no mar – ‘offshore’), acumulações de hidrocarbonetos (líquidos e gasosos, resultantes da decomposição de matéria orgânica, submetida a altas pressões e temperatura durante milhões de anos) em quantidades suficientes para que valha a pena extraí-los. 

Nesta fase, recolhemos dados geológicos e geofísicos das formações existentes no subsolo, ou reservatórios de petróleo e gás, geralmente em áreas a que se chama concessões, porque são concessionadas pelo Estado, por um determinado período de tempo, a alguma empresa ou grupo de empresas.

Havendo evidências que existem hidrocarbonetos (petróleo ou gás), geralmente entre os 1.500 e os 4.000 metros abaixo do solo, partimos para a fase de perfuração, ou sondagem, recorrendo a tecnologia muito sofisticada para atingir as rochas onde estão estes produtos (as rochas-reservatório).

As sondagens podem ser feitas no mar ou em terra, com plataformas de perfuração que, no caso do ‘offshore’, são instaladas sobre uma base flutuante, podendo, ou não, ter propulsão própria (geralmente são móveis, ainda que, na fase de laboração, fiquem, naturalmente, ancoradas ao leito marinho).

Havendo hidrocarbonetos em quantidade comerciais serão feitos mais furos e poços (chamados produtores e injectores) para acelerar a sua extracção dos reservatórios. Na maior parte dos casos, o petróleo e o gás apresentam pressão suficiente para virem naturalmente à superfície. Não apresentando, recorremos a bombas ou outras técnicas que forçam a sua subida.

Guardar e transportar

Depois de extraído o petróleo ou o gás passamos para a fase seguinte, o seu armazenamento e transporte – seguindo-se o seu processamento, para que possamos usá-los, sobretudo, o petróleo. É a fase de ‘midstream’. Os hidrocarbonetos retirados (e tratados – separados de água e outros componentes) dos poços e unidades de separação são reunidos num nó de distribuição através de uma rede de oleodutos ou gasodutos (‘pipelines’). 

Estes nós, por seu turno, são ligados a uma rede de ‘pipelines’ de maior diâmetro, que transportam os hidrocarbonetos para as refinarias ou terminais petrolíferos. Esta fase é crítica, pois o transporte deve ser feito sem que haja acidentes (derrames, por exemplo) e protegidos de eventuais acções criminosas, ou terroristas. O transporte também é feito por navios petroleiros.

Nalguns casos, em águas profundas, utilizam-se as FPSO – unidades estacionárias flutuantes (‘floating’) que processam o petróleo bruto (‘production’) e o armazenam (‘storage’), fazendo a sua transferência para o abastecimento de petroleiros (‘offloading’). Os FPSO permitem processar e armazenar petróleo em campos muito afastados da costa, onde a instalação de oleodutos para a terra seria demasiado dispendiosa.

Refinação: um mundo de produtos 

Mas o ciclo não termina aqui. O petróleo bruto, até chegar ao consumidor final, tem de passar por vários processos numa refinaria, onde as substâncias que o compõem são fraccionadas, para que se possam produzir, gasolina, gasóleo e centenas de produtos derivados.

O processo de decomposição consiste na combinação de técnicas como destilação fraccionada, ‘cracking’ e ‘performing’. No primeiro caso, separam-se os componentes do petróleo em fracções, em função das suas diferentes densidades e pontos de ebulição. No fracionamento por craqueamento (‘cracking’), dividimos as fracções em produtos como a gasolina, utilizando o calor e a pressão a fim de separar as longas e pesadas moléculas de hidrocarbonetos em outras menores e mais leves. Já o processo de reformação (‘reforming’), consiste na conversão das naftas em gasolinas de boa qualidade e alto índice de octano.

Inicialmente as refinarias não eram tão eficientes. Por exemplo, apenas permitiam aproveitar como gasolina cerca de um quarto de barril de petróleo (que leva cerca de 159 litros). Hoje já aproveitamos metade, e o resto é transformado em substâncias úteis. Por exemplo, um equipamento denominado ‘flexicoker’ converte resíduos anteriormente desperdiçados em produtos mais leves, como gasóleo. No fim, sobra um resíduo quase totalmente de carbono (coque), usado como combustível sólido.

E assim chegamos à fase final, em que levamos os combustíveis ao posto de abastecimento – o ‘dowstream’, ou distribuição. Aqui, o desafio é assegurar que os produtos derivados do petróleo cheguem ao consumidor, sendo usados nos transportes, agropecuária, barragens termoeléctricas, construção, etc. 

Até às nossas vidas

De forma resumida, a distribuição é a actividade de comercialização, realizada por meio de uma rede de revendedores ou com grandes consumidores de combustíveis, lubrificantes, asfaltos e gás liquefeito, exercida por empresas especializadas.

No caso da Sonangol, os combustíveis são armazenados em instalações e parques de combustíveis em todo o país, da Sonangol Logística. Já nos lubrificantes, o atendimento é feito nas instalações e armazéns da Sonangol Distribuidora.

A empresa detém a sua rede de postos de abastecimento, que muitas vezes atende também os clientes em produtos ‘non oil’ (lojas de conveniências, restaurantes, etc.)

A Sonangol também abastece clientes industriais e a aviação (JET A1), a par da marinha e da construção (asfalto, por exemplo). 

Tudo fruto de um esforço que envolve o trabalho de milhares de pessoas que, diariamente, trabalham para servir os clientes. Do poço ao posto.

From the well to the petrol station: Simple actions that are the result of a lot of work

Refuelling a car or a generator with fuel, riding a train, airplane or boat, speeding up on the asphalt or even storing food in boxes or plastic bags has long been routine. And, as is normal in everything that is routine, we often don’t realise what these action have something in common. But they do and they have a name: hydrocarbons.

Hydrocarbons are what drives Sonangol – and the world as we know it. Oil is the most visible, or omnipresent, face of these compounds. “Black gold,” as it is also called, given its high value – not only monetary but as the basis of so many products in our daily life – is part of our life. We get to see this usually when we take to the petrol station in the form of gasoline or diesel but there is a whole journey from where it is formed until it reaches us. It’s a journey that takes us from the well to the petrol station.

And Sonangol does this every day, through the different units of the company operating in the three main activities of the oil industry: ‘upstream’, ‘midstream’ and ‘downstream’. 

Putting it simply, these segments translate into steps where the buzzwords at play are knowledge and professionalism: research, drilling, development and production, shipment, storage, refining and, finally, distribution (better known as commercialization).

In the beginning there is research

It all starts with research whereby we look in the subsoil (onshore and offshore) for hydrocarbon accumulations (liquid and gaseous, resulting from the decomposition of organic matter, subjected to high pressure and temperature for millions of years) in sufficient quantities to be worth extracting.  

At this stage, we collect geological and geophysical data from underground formations, or oil and gas reservoirs, usually in areas called concessions, granted by the state for a certain period of time to a company or group of companies.

If there is evidence that there are hydrocarbons (oil or gas), usually between 1,500 and 4,000 meters below the ground, we move to the drilling phase using highly sophisticated technology to reach the rocks where these products are (reservoir rocks).

Drilling can be done at sea or on land, with drilling rigs which, in the case of offshore, are installed on a floating base, and may or may not have their own propulsion (they are generally mobile, although when in operation they are naturally anchored to the seabed). 

With hydrocarbons in commercial quantities, more wells and drills (called producers and injectors) will be made to accelerate their extraction from the reservoirs. In most cases, oil and gas have enough pressure to come naturally to the surface. When they don’t have enough pressure pumps or other techniques are used to force them to come up.

Storage and shipment

After extracting the oil or the gas we move on to the next stage, its storage and shipment – and processing follows so that we can use them, particularly oil. It’s the ‘midstream’ phase. The hydrocarbons collected (and treated – separated from water and other components) from the wells and separation units are pooled into a distribution node through a network of oil or gas pipelines. 

These nodes, in turn, are connected to a network of larger size pipelines, which carry the hydrocarbons to the refineries or oil terminals. This phase is critical as transportation must be done without accidents (spills, for example) and protected from possible criminal or terrorist actions. Transportation is also done using oil tankers.

In some cases, in deep-sea, FPSOs are used – floating stationary units to process crude and store it, offloading it to oil tankers. FPSOs allow for the processing and storage of oil in fields far from the coast as the installation of pipelines to take oil onshore would be too costly.

Refining: a world of products 

But the cycle does not end here. Crude oil, until reaching the end consumer, has to go through several processes in a refinery, where the substances that form it are fractionated, so that gasoline, diesel and hundreds of products can be produced.

The decomposition process consists of the combination of techniques such as fractional distillation, cracking and performing. In the first case, the petroleum components are separated into fractions, depending on their different densities and boiling points. In cracking, we divide the fractions into products like gasoline, using heat and pressure to separate the long and heavy hydrocarbon molecules into smaller, lighter ones. As for the reforming process it consists in the conversion of naphtha into good quality and high octane petrol.

In the beginning refineries were not that efficient. For example, they allowed only about a quarter of a barrel of oil (which takes about 159 litres) to be used as petrol. Today we use half of it, and the rest is turned into useful substances. For example, a device called flexicoker converts previously wasted waste into lighter products, such as diesel. In the end, there remains a residue almost entirely of carbon (coke), used as solid fuel.

And so we get to the final stage, where we take the fuels to the petrol station – the downstream, or distribution. Here, the challenge is to ensure that petroleum products reach the consumer, being used in transportation, agriculture, thermoelectric dams, construction, etc. 

Assisting our lives

In summary, distribution is the commercialization activity, carried out through a network of dealers or with large consumers of fuels, lubricants, asphalts and liquefied gas, carried out by specialized companies.

In the case of Sonangol, the fuels are stored in facilities and fuel parks throughout the country, owned by Sonangol Logística. As for the lubricants, the service is done in the facilities and warehouses of Sonangol Distribuidora.

The company owns its network of petrol stations, which often also offers customers with non-oil products (convenience stores, restaurants, etc.)

Sonangol also caters to industrial customers and aviation (JET A1), alongside the navy and construction (asphalt, for example). 

This is the result of an effort that involves the work of thousands of people who work daily to serve customers. From the well to the petrol station.

Partilhe este artigo:

- Advertisement -
- Advertisement -

Artigos recentes | Recent articles

Um país na flor da idade

Nos últimos 20 anos Angola sofreu inúmeras transformações, desde a mais simples até à mais complexa. Realizou quatro eleições legislativas, participou pela primeira vez numa fase final de um campeonato do mundo, realizou o CAN e colocou um satélite em órbita.

David Cameron

David Cameron foi Primeiro-Ministro do Reino Unido entre 2010 e 2016, liderando o primeiro Governo de coligação britânico em quase 70 anos e, nas eleições gerais de 2015, formando o primeiro Governo de maioria conservadora no Reino Unido em mais de duas décadas.

Cameron chegou ao poder em 2010, num momento de crise económica e com um desafio fiscal sem precedentes. Sob a sua liderança, a economia do Reino Unido transformou-se. O défice foi reduzido em mais de dois terços, foram criadas um milhão de empresas e um número recorde de postos de trabalho, tornando-se a Grã-Bretanha a economia avançada com o crescimento mais rápido do mundo.

Conferências com chancela CV&A

Ao longo de duas décadas, a CV&A tem vindo a promover conferências de relevo e interesse nacional, com a presença de diversos ex-chefes de Estado e de Governo e dirigentes políticos de influência mundial.

Mais na Prémio

More at Prémio

- Advertisement -