Domingo, Maio 5, 2024

A virada do Brasil

David Seromenho, CEO CV&A Brasil

Se há uma expressão brasileira que mostra a capacidade de resiliência, a fé no talento, e a vitória contra as expectativas é esta: a virada, seja no estádio ou na economia.

A virada, especialmente no futebol, ocorre quando uma equipa consegue “virar” um resultado negativo. O melhor exemplo, e mais próximo, foi como o Flamengo de Jorge Jesus virou o resultado na Libertadores e acabou a vencer a taça ao River Plate, no final da taça sul-americana no ano passado. Ou, o melhor caso português, no jogo contra a Coreia do Norte em 1966, em que a selecção nacional perdia 3-0 aos 25 minutos – antes da genialidade de Eusébio dar 3 golos a Portugal que, com mais um de José Augusto, nos deu a vitória desses quartos de final.

Sem excessos futebolísticos, a virada é o desígnio do ministro Paulo Guedes, para a economia brasileira. A reacelaração, já depois do crescimento de 1,1% do PIB em 2019, é objectivo do ministro da economia, que prevê um crescimento acima de 2% em 2020.

Aliás, se não fossem os factores exógenos, como a pandemia global do coronavírus, a expectativa seria até de 2,4%.

Depois de crescimento negativo há cinco anos e de uma recuperação tímida que desacelerou em 2019, a previsão de um crescimento acima de dois por cento é uma boa notícia, num ano que está a começar bem.

O Indicador Ipea Mensal de Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada dia 11 de Março, apresentou forte crescimento em Janeiro de 2020, com alta de 7,8% na comparação com Dezembro, na série com ajuste sazonal. Na comparação com Janeiro de 2019, todos os segmentos tiveram desempenho positivo: máquinas e equipamentos avançaram 11,4%, a construção civil atingiu patamar 3,7% superior e os “outros ativos fixos” apresentaram alta de 6%.

As previsões do último “panorama macroeconómico”, de 11 de Março, apontam ainda uma descida na inflação, e crescimento no rendimento e massa salarial no sector privado.

No entanto, para o ministro Paulo Guedes, esta velocidade não chega e são necessárias mais acções para dar força a esta virada: “A economia está acelerando lentamente esperando as reformas. A medida que as reformas forem acontecendo, e elas serão implementadas, o Brasil vai reacelerando”. 

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