Segunda-feira, Maio 6, 2024

Talentos qualificados e Inteligência Artificial | Qualified talent and Artificial Inteligence

Paula Panarra
Paula PanarraDirectora Geral Microsoft Portugal

O ano de 2020 parecia um horizonte longínquo. Uma promessa de sofisticação e desenvolvimento tecnológico que tardava em chegar. Na verdade, arrancamos essa página do calendário enfrentando desafios decisivos para as próximas décadas e uma nova vaga de competitividade em que vai ser importante a diferenciação. Assistimos a duas tendências: a necessidade de talentos qualificados e a adoção de Inteligência Artificial (IA). 

Vários estudos apontam para o facto de que, nos próximos anos, cerca de 30% das vagas de trabalho em tecnologia ficarão por preencher e cerca de dois terços da força de trabalho será composta por ‘mobile workers’. Esta realidade exige novas táticas e engenharia criativa para que as empresas mantenham a competitividade e não caiam em ameaças existenciais. Será necessário um exame profundo e um esforço para atrair e reter talento, de forma a continuarmos a criar e aplicar tecnologias disruptivas, acelerando a transformação digital. A tónica na formação contínua e no trabalho remoto e, por consequência, nas ferramentas de trabalho colaborativo será uma constante de futuro. Cerca de 70% dos empregos atuais tornar-se-ão obsoletos e, ao mesmo tempo, muitas novas capacidades e necessidades estão a surgir no mercado. Não é demais frisar a importância do ‘reskilling’. Haverá a necessidade de criar plataformas de formação, não só em termos técnicos como noutras competências, como o pensamento crítico – ‘soft skills’ que deverão estar presentes também no sistema de educação clássico. A formação ao longo da vida passará a ser uma pedra de toque desta nova realidade. Em particular no nosso país, haverá a necessidade de um forte investimento em literacia digital e em estratégias que levem a que mais mulheres se formem nas áreas tecnológicas – dois indicadores críticos para Portugal e que passam muito pela transformação da educação e da aprendizagem ao longo da vida. 

Por outro lado, verificamos que a adoção de Inteligência Artificial ainda não é consistente e consciente em todas as empresas, criando um fosso digital. Em 2020 vamos enfrentar muitas questões sobre as implicações da IA – desde os problemas éticos à automação do trabalho – que levarão à necessidade de requalificação de cerca de 700 mil trabalhadores, nas próximas décadas. Na Microsoft acreditamos que desempenhamos um papel, nomeadamente no cenário atual em que há uma ausência de recomendações, a vários níveis, e em que as próprias empresas tecnológicas discutem a necessidade de uma autorregulação. Essa reflexão é tanto mais importante quando, segundo um recente estudo da IDC para a Forrester, se perspetiva uma profunda crise de confiança digital, uma outra tendência para esta década. 

Para responder a estes dois desafios lançamos recentemente uma Escola de Negócio de IA com conteúdos disponíveis on-line sobre a definição de uma estratégia de IA, aplicar uma cultura de IA para os responsáveis de negócio das várias indústrias https://www.microsoft.com/pt-br/ai/ai-business-school.

O ano de 2020 chega de forma mais tranquila do que a preconizada pela cultura popular mas igualmente impactante no nosso trabalho e na forma como nos relacionamos com ele e com os outros. Estamos perante a primeira revolução em que a geografia não é um fator decisivo para o sucesso. Nesse sentido, é importante sabermos reconhecer as tendências que se aproximam e tomarmos ações para nos prepararmos para o futuro. Porque esse, já chegou e espera agora para se instalar no calendário.

2020 looked like a distant horizon. A promise of sophistication and technological development that was late to arrive. In fact, as we tear off this calendar page we face clear challenges for the coming decades marked by a new wave of competition where differentiation will be key. We have witnessed two trends: the need for skilled talent and the adoption of Artificial Intelligence. 

Several studies point to the fact that in the coming years about 30% of technology posts will be unfilled and about two thirds of the workforce will be mobile workers. This reality requires new tactics and creative engineering so that companies may remain competitive and not fall into existential threats. In-depth examination and an effort to attract and retain talent will be needed to keep generating and applying disruptive technologies thus speeding up digital transformation. The emphasis on lifelong training and remote work and therefore collaborative working tools will be a constant in the future. About 70% of current jobs will become obsolete and at the same time many new skills and needs are emerging in the market. It’s not too much to stress the importance of reskilling. There will be the need to create training platforms, not only technically but also in other skills, such as critical thinking – soft skills which should also be included in the classical education system. Lifelong learning will become a cornerstone of this new reality. Particularly in our country, there will be the need for a strong investment in digital literacy and strategies allowing more women to graduate in technology  – two critical indicators for Portugal and which require a major transformation of education and lifelong learning. 

On the other hand, we find that the adoption of Artificial Intelligence is not yet consistent and clearly there in all companies thereby generating a digital divide. By 2020 we will face many questions about the implications of AI – from ethical issues to work automation – that will lead to the need for some 700,000 workers to be re-qualified in the coming decades. At Microsoft we believe we play a role, particularly in the current scenario marked by a lack of recommendations at many levels and where technology companies themselves are discussing the need for self-regulation. This reflection is all the more important when, according to a recent IDC study for Forrester, a deep crisis of digital trust is in the horizon, another trend for this decade. 

To address these two challenges, we recently launched an AI Business School with content available online on defining an AI strategy, applying an AI culture to business leaders across industries https://www.microsoft.com/en/ai/ai-business-school.

2020 comes more smoothly than popular culture advocates but equally impactful in our work and in the manner how we relate to each other. We are facing the first revolution in which geography is not a key factor for success. Hence the need to recognise the coming trends and take action in order to prepare for the future. Because the future is here and is only waiting to enter the calendar.

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