Sábado, Maio 4, 2024

O Factor Humano | The Human Factor

Alberto Ramos
Alberto RamosCEO Bankinter Portugal

Dois mil e vinte será um ano desafiante, com muitas incertezas e problemas herdados de 2019, e em que muitas empresas e economias já não terão a almofada financeira criada com o crescimento sentido nos últimos anos.

Um ambiente económico menos favorável, mais aversão dos investidores ao risco, incerteza política em países com quem Portugal mantém relevantes relações comerciais e o protecionismo económico são problemas concretos que irão (continuarão a) assombrar a economia nacional e o desempenho de empresas portuguesas localmente e no estrangeiro.  

O receio de uma crise com impactos tão significantes como a de 2008 começa a pairar no ar, mas é, do nosso ponto de vista, ainda injustificado. Contudo, é quase certa a continuação de um arrefecimento da economia mundial nos próximos anos, o que necessariamente terá efeitos em Portugal.

Estas condições irão também ter fortes impactos no setor bancário, que encontrará desafios acrescidos. É necessário continuar a investir fortemente na transformação digital, de forma a poder oferecer aos clientes os seus serviços e produtos em concorrência direta muitas vezes com entidades menos reguladas. 

O repto e a pressão competitiva colocadas pelas ‘fintechs’ e ‘bigtechs’ farão com que surjam mais produtos e serviços inovadores, assentes em novos paradigmas de serviço e em novos modelos de negócio cada vez mais virados para os clientes.

As exigências regulatórias continuam a intensificar-se, o que não só tem custos elevados, como implica um enorme esforço para manter a liquidez e o capital nos níveis requeridos, num contexto em que cerca de 90% dos bancos europeus têm um ROE inferior ao custo de capital.

Por outro lado, no sector da Banca, este contexto mais exigente deixa antever a necessidade de processos de concentração, em busca de economias de escala, menores custos operacionais e maior eficiência, produzindo impacto positivo no retorno do capital investido.

Tudo isto, numa época de taxas de juro historicamente baixas que são um desafio acrescido para a Banca.

Contudo, é também nos desafios que residem as oportunidades. 

As taxas de juro baixas, por um lado, são uma ótima janela de oportunidade para as empresas e famílias com projetos sólidos poderem concretizar as suas ambições com um custo de capital muito favorável.

Assim, mesmo com um enquadramento mais difícil, acreditamos que deverá continuar a aumentar o número de casos bem-sucedidos de empresas com finanças sólidas, atividades sustentáveis e planos de expansão suportados em bons planos de negócios e em equipas de gestão e de operação cada vez mais competentes.

O essencial na transformação em curso, seja da atividade dos bancos ou de qualquer outro negócio, é estar focado no Cliente, mantendo a procura de soluções inovadoras que respondam às suas necessidades de forma global, seja através da integração de diferentes produtos, seja através da integração de vários ‘providers’ das mais diferentes áreas, incluindo as tecnológicas.

Os bancos que conseguirem inovar para melhor servir os seus clientes, assegurando proximidade, qualidade e flexibilidade, derrubando barreiras tecnológicas e agregando ofertas, serão os mais preparados para aproveitar as oportunidades que estão a surgir. 

E os melhor preparados para o fazer são os mais saudáveis, que tiveram uma criteriosa gestão e análise de risco no passado, como é o caso do Grupo Bankinter.

Solidez operacional, contas e balanço incluídos, bons indicadores de solvabilidade, de robustez e de ‘rating’ são os pré-requisitos inerentes a qualquer operação bancária que se queira sustentável e com capacidade para apoiar a economia.

Nunca esquecendo, na base de tudo, as pessoas, as equipas, a sua ambição e determinação em contribuir para o sucesso dos seus clientes. Porque mesmo num mundo sujeito a grandes forças globais e onde a automação é cada vez maior, a vontade dos indivíduos e a sua capacidade de se organizarem e cooperarem, serão sempre as variáveis mais importantes pois, em última análise, o fator humano será sempre o responsável por levar as organizações mais além.

Two thousand and twenty will be a challenging year, with many uncertainties and problems inherited from 2019, and where many companies and economies will no longer enjoy the financial bumper generated with recent year’s growth.

A less favourable economic environment, more investor aversion to risk, political uncertainty in countries Portugal has relevant trade relations with and economic protectionism are concrete problems that will (continue to) haunt the national economy and the performance of Portuguese companies both locally and abroad.  

The fear of a crisis with such significant impacts as the 2008 is back again, but it’s still unjustified from our point of view. However, the continuation of a cooling of the world economy in the coming years is almost certain, something that is bound to affect Portugal too.

These conditions will also have strong impacts on the banking sector, which will face added challenges. We need to continue investing heavily in digital transformation in order to be able to offer customers services and products in direct competition, often with less regulated entities. 

The challenge and competitive pressure posed by ‘fintechs’ and ‘bigtechs’ will lead to more innovative products and services based on new service paradigms and increasingly Customer-centric business models.

Regulatory requirements continue to intensify, which not only has high costs, but means also a huge effort to maintain liquidity and capital at the required levels in a scenario where about 90% of European banks have a lower ROE than the cost of capital.

On the other hand, in the banking sector, this more demanding context anticipates somehow the need for concentration processes, seeking economies of scale, lower operating costs and greater efficiency, thereby generating a positive impact on the return on invested capital.

All this amidst a scenario of low interest rates that mean an added challenge for the Bank.

However, opportunities are also born from challenges. 

Low interest rates, on the one hand, are a great window of opportunity for companies and families with solid projects to materialise their ambitions at a very favourable cost of capital.

Thus, even in a more difficult environment, we believe that the number of successful cases of companies with sound finances, sustainable activities and expansion plans supported by good business plans and management and operating teams should continue to grow.

The key to the ongoing transformation, whether it’s banking activity or any other business, is being customer-centric, keeping up the search for innovative solutions to meet their needs globally, either through the integration of different products or through the integration of many providers from different areas, including technology.

Banks that can innovate to better serve their customers, ensuring proximity, quality and flexibility, breaking down technology barriers and aggregating offers, will be best prepared to take advantage of emerging opportunities. 

And the best prepared to do so are the healthiest, those which engaged in a careful management and risk analysis in the past, such as Bankinter Group.

Operational soundness, including accounts and balance sheet, good solvency, robustness and rating indicators are the prerequisites for any banking operation that wants to be sustainable and capable of supporting the economy.

Never forgetting people, teams, their ambition and determination to contribute to the success of their customers. Because even in a world subject to great global forces and where automation is ever increasing, the will of individuals and their ability to organise and cooperate will always be the most important variables given that ultimately the human factor will always be the main engine to take organizations further.

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