Quinta-feira, Março 28, 2024

ETAR de Parada: uma referência em termos de Economia circular

LUSÁGUA

Para além do tratamento das águas residuais, a ETAR de Parada é a única do país que procede à transformação e valorização das lamas produzidas ao longo do processo de tratamento. Esta instalação assegura também o aproveitamento do biogás produzido para gerar electricidade.

A ETAR de Parada, no concelho da Maia, é um caso único no país em termos de economia circular. A infra-estrutura, gerida pela Luságua desde 1991, destaca-se por incorporar três valências em simultâneo: reutilização da água residual tratada, produção de energia através do aproveitamento do biogás gerado e a transformação e valorização das lamas na produção de materiais fertilizantes para aplicação nos solos. Trata-se de um exemplo a nível nacional, integrando uma gestão onde a filosofia de “recuperação, redução, remoção e reutilização” está bem patente.

O processo inicia-se com a recepção das águas residuais que, depois de tratadas, podem ser reutilizadas na própria instalação.

O biogás produzido e acumulado é utilizado como combustível no queimador das caldeiras, permitindo assegurar o aquecimento de água que, por permuta térmica, assegura o aquecimento de lamas, aumentando a eficiência da etapa de digestão. Em alternativa, o biogás produzido alimenta, como combustível, um cogerador, de potência nominal de 500KW, que produz energia eléctrica. Desta energia, 95% é aproveitada para abastecer praticamente todas as necessidades da infra-estrutura proporcionando uma auto-suficiência energética de 40% (12horas/dia) – o excedente é vendido à rede.

Já as lamas, resultantes do processo de tratamento das águas residuais, são desidratadas e enviadas para a Estação de Compostagem de Lamas contígua à ETAR. Nesta instalação são produzidos dois correctivos orgânicos 100% naturais, higienizados, inodoros, com elevado conteúdo de substâncias húmicas. A Estação de Compostagem de Lamas de Parada produz cerca de 3.000 toneladas por ano, vendidas ao público em geral. O composto orgânico pode ser armazenado e manipulado sem problemas e tem funções altamente benéficas para a formação e fertilidade dos solos, aumentando a capacidade de retenção de água e minimizando a quantidade de adubos químicos a fornecer às culturas. A longo prazo, o composto oferece um rendimento económico médio-alto, pois ao melhorar as condições do solo, aumenta também a sua rentabilidade económica.

Esta circularidade no funcionamento da ETAR está totalmente alinhada com o lema “Missão Água”, compromisso assumido recentemente pela SAUR e pela Aquapor, grupo que detém a Luságua, visando “devolver à água o valor que ela merece”. A gestão da ETAR de Parada, baseada no conceito de economia circular, permite outros ganhos: a redução das emissões enviadas para a atmosfera, a redução do consumo energético e a redução da quantidade de lamas enviadas a destino final, já que este subproduto é transformado em matéria-prima, com benefícios comprovados para a agricultura.

Em operação desde 1991, a ETAR serve uma parte significativa da bacia hidrográfica do rio Leça, tratando os efluentes de cerca de 75% do Concelho da Maia, e de uma grande parte da freguesia de S. Mamede Infesta, do Concelho de Matosinhos. Abrange uma população total de mais de 160.000 habitantes, tratando um caudal médio de 28.000 m3/dia. 

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