Quinta-feira, Abril 25, 2024

“Só prometemos porque sabemos que vamos cumprir”

Miguel Albuquerque, Presidente do Governo Regional da Madeira

O PRESIDENTE DO GOVERNO REGIONAL DA MADEIRA FALOU À PRÉMIO DO BALANÇO POSITIVO DE MAIS DE QUATRO DÉCADAS DE PODER DO PSD NA MADEIRA, DA SUA RELAÇÃO COM O GOVERNO DA REPÚBLICA E LEVANTOU UM POUCO DO VÉU NO QUE DIZ RESPEITO AO SEU PROGRAMA ELEITORAL PARA AS PRÓXIMAS ELEIÇÕES LEGISLATIVAS REGIONAIS.

42 anos de PSD no poder têm um balanço positivo para a Região Autónoma da Madeira?

Está à vista de todos. Ou, melhor, de quase todos. Porque há quem insista numa cegueira selectiva, com objectivos eleitoralistas, em que o mote é dizer mal de tudo o que se faz. Tentam passar um pano na memória colectiva dos Madeirenses e dos Porto-santenses. Mas, os Madeirenses e os Porto-santenses não se deixam enganar. Sabem o que era a Madeira antes da Autonomia e sabem o que é a Madeira hoje em dia. Não há qualquer comparação possível. O desenvolvimento económico, social, infraestrutural e cultural que alcançamos foi fantástico e isso foi consequência do trabalho de sucessivos Governos e Autarquias Social Democratas em comunhão com os Madeirenses e os Porto-santenses.

Não tenhamos dúvidas de que a batalha do desenvolvimento foi ganha devido a essa empatia, a essa ligação perene entre o PSD e a população. Fizemo-lo em duas gerações. Mas, o trabalho do PSD não foi só obra física, foi também revolução de mentalidade, de hábitos de atitude de abertura ao Mundo. Hoje somos uma sociedade cosmopolita com empresas internacionais e novos valores individuais que se projectam na Europa e no Mundo.

Recebemos dois milhões de turistas por ano. Temos uma Diáspora pluricontinental. Temos uma Universidade e empresas tecnológicas de vanguarda que actuam a nível Global. Mas o que aconteceu foi, sobretudo, uma revolução política que nos trouxe a Autonomia. Autonomia que nos permitiu decidir o destino colectivo, melhorando em três décadas todos os índices de bem-estar que nos alcandorou a níveis de desenvolvimento que possibilitaram a todos os madeirenses o acesso à Educação, à Saúde, ao Trabalho, às Acessibilidades e à Cultura.

Portanto, respondendo à sua pergunta, digo que sim. Um inquestionável sim, comungado, tenho a certeza, por todos os Madeirenses e os Porto-santenses.

E para o PSD? Há desgaste? O Partido soube renovar-se?  Está em Paz com o passado?

A ambição de querer fazer sempre mais e melhor pela nossa terra permite-nos uma renovação contínua. A renovação que nos tem feito ganhar todas as eleições.

Por isso somos um partido com património de luta inigualável. Discutimos, falámos, debatemos, até podemos, por vezes, não concordar uns com os outros, mas, na hora da verdade, falamos a uma voz só, em prol da defesa da Madeira e da nossa Autonomia Política.

Depois de tudo o que em 42 anos se fez, o que pode prometer aos madeirenses para os próximos quatro anos de mandato?

Estamos a auscultar as forças vivas e o povo da Região. A partir destes encontros, que já estão a decorrer em todos os concelhos, será elaborado um programa eleitoral que vai refletir as aspirações e os desejos da população. Como sempre, será este documento eleitoral que se converterá em programa e que será cumprido pelo futuro Governo do PPD/PSD da Madeira. É assim que mantemos um pacto de confiança com os Madeirenses e Portossantenses. Prometemos o que podemos prometer e cumprimos o que prometemos!

Não há teatros, nem simulacros, nem mentiras, nem exibicionismos bacocos. Connosco o cidadão sabe, como sempre soube, com o que pode contar.

É evidente que é imprescindível manter esta política de boas contas públicas, de contínuo crescimento económico – há 67 meses que crescemos – aumento do investimento público e privado, de internacionalização da nossa economia, de baixa contínua de desemprego, devolução de rendimentos aos nossos cidadãos, de continuidade das políticas de redução dos impostos para os cidadãos e empresas e de reforço das políticas sociais.

 

Se lhe pedíssemos que indicasse três pontos positivos do seu mandato e outros três negativos o que destacaria?

O ponto mais positivo passa pelo cumprimento integral do programa que apresentámos – uma marca do PSD da Madeira. O segundo ponto é que conseguimos ir ainda mais além, apresentando ainda mais obras, mais iniciativas, sobretudo em áreas que muito me dizem, como o Social, a Educação e a Saúde. O terceiro ponto foi a capacidade de continuarmos a saber ouvir o povo.

Quanto a pontos negativos com certeza que os há. Há sempre coisas que gostaríamos de fazer mais e melhor. E há muitas coisas que não conseguimos fazer porque o governo socialista de Lisboa não deixou ou tentou emperrar: veja-se o caso da revisão do subsídio de mobilidade, por forma a impedir que os residentes tenham de adiantar valores astronómicos para circular (viajar) dentro do território nacional. Isso e os preços altíssimos da TAP entre o Continente e a Madeira são um verdadeiro escândalo nacional e uma vergonha!

 

Tem noção que a popularidade dos membros do seu Governo e a sua própria não está no melhor momento? A que se deve essa situação?

Não tenho essa percepção. Nos múltiplos contactos que tenho, todos os dias, recebo sempre manifestações de cordialidade e simpatia por parte das pessoas.

Aliás, na política, o melhor barómetro é sempre a relação pessoal com os cidadãos. E isto apesar da campanha negra de desinformação que a oposição lançou nas redes sociais contra a minha pessoa e o meu Governo. Mas uma coisa são as redes sociais, outra, completamente diferente, é a vivência e o contacto directo com a população.

Quer comentar as sondagens que têm vindo a público e que dizem haver um empate técnico entre o PSD e o PS?

Nunca fomos bons a lutar por vitórias em sondagens. O PSD Madeira sempre foi bom a ganhar eleições. Eis a diferença. E nós, mais uma vez, vamos ganhar as eleições, porque cumprimos o que prometemos e somos a única esperança para garantir no futuro uma Região com autonomia, prosperidade e justiça para todos.

 

Nas eleições Europeias o PSD apresenta uma candidata com experiência e o PS opta por uma cara nova. Qual a razão da vossa opção?

Nós, privilegiamos sempre a qualidade. A Cláudia Monteiro de Aguiar estava a fazer um bom trabalho, a defender, e bem, a Madeira, os Madeirenses e os Porto-santenses, porquê mudar? Só porque sim?! Como outros o fizeram, esquecendo o que as pessoas fizeram de bom?!

O momento complexo que a União Europeia atravessa exige candidatos com experiência e uma rede de relações consolidada na defesa dos interesses da Madeira e do País no Parlamento Europeu. Não é tempo de experimentalismos, mas de aproveitar o saber, a maturidade e a experiência de pessoas habilitadas, que conhecem a realidade e o perigo das disfuncionalidades que a União enfrente.

É tempo de cerrar fileiras na defesa das regiões ultraperiféricas e da concretização de princípios essenciais da coesão económica e social, como alicerce da construção política de uma Europa mais unida e mais solidária.

 

Ainda sobre a Europa, peço que comente a polémica à volta da zona franca da Madeira. É privada, é pública, a região beneficia com a existência da Zona Franca?

Claro que sim. Basta ver o que arrecadamos anualmente em receita fiscal. São mais de 100 milhões de euros! E são ainda empregos criados, mais de 3000.

O Centro Internacional de Negócios da Madeira CINM, infelizmente, nunca foi reconhecido como um projecto nacional, que é bom para Portugal, que nos proporciona uma fatia expressiva de Investimento Direto Estrangeiro (IDE).

A ousadia que, em 1986, a Região Autónoma da Madeira teve em criar um centro de negócios com estas caraterísticas nunca foi bem “digerida” por uma certa visão centralista, que é predominante em algumas cabeças.

O projecto é tão mau que, há poucos anos, já havia quem se propusesse a criar um projecto idêntico, mas no continente.

A ideia que fica, é a de que o seu único defeito é estar localizado na Madeira!

O centro tem gestão privada, numa sociedade em que o Governo Regional aumentou a sua participação para 48%. A gestão exclusivamente pública mataria a agilidade que um instrumento como este necessita para poder ser competitivo.

 

E o registo de navios continua a ser relevante do ponto de vista económico?

Sem qualquer dúvida. Basta ver as últimas notícias, que o colocam como um dos melhores registos do mundo e um dos que mais está a crescer.

Porque é que o nosso Registo Internacional de Navios, integrado no CINM é o terceiro maior da União? Porque somos competitivos, credíveis e respeitados. Isso constrói-se com trabalho, fiabilidade e transparência. Aquilo que os investidores procuram!

A gestão exclusivamente pública estaria amarrada por uma burocracia que mataria esta capacidade de competir a nível global com os melhores e ter sucesso.

 

A oposição tem-lhe movido um forte ataque nesta matéria. Os madeirenses são mesmo os beneficiários finais deste regime de excepção ou é o grupo Pestana?

A S.D.M. Sociedade de Desenvolvimento da Madeira foi criada em 1984 como sociedade por quotas e de economia mista a quem está adjudicada a concessão de exploração da Zona Franca da Madeira, ou Centro Internacional de Negócios da Madeira, em regime de serviço público. O Governo Regional detém 48% desta sociedade.

Não existem dúvidas quanto aos benefícios que a Madeira e os Madeirenses têm tido com a sua existência. As receitas ao longo dos anos falam por si e estão reflectidas em diversas aplicações, como o sistema regional de saúde ou a educação, que são responsabilidades exclusivas do Governo Regional da Madeira e do seu orçamento.

 

Estas eleições europeias são as menos importantes, a seguir vêm as legislativas nacionais e as principais, para o PSD, são as Regionais. Esta afirmação é correcta?

Não há eleições menos importantes. Todas são importantes.

Secundarizar as eleições europeias seria desvalorizar o apoio ao projecto mais bem-sucedido do pós-guerra de paz, desenvolvimento e criação de bem-estar.

A Madeira e o país devem muito do seu crescimento, modernização e desenvolvimento ao facto de integrarem este projecto supranacional.

Para além disso, não fora a solidariedade da União Europeia para regiões como a Madeira e – fazendo parte do país mais centralista da Europa – estaríamos atrasados e esquecidos no meio do Atlântico!

Naturalmente que, sendo uma região com Órgãos de Governo Próprio, as eleições Regionais assumem um papel especial, pois é por via dessas que se escolhe o futuro da governação Regional. Mas sem deputados eleitos ao Parlamento Europeu, como desde sempre o PSD Madeira tem tido, a afirmação da Madeira estaria enfraquecida.

 

Sente que pode salvar Rui Rio se ganhar as Regionais e o líder nacional perder as europeias e as legislativas nacionais?

O que está em jogo é salvar Portugal de uma combinação de esquerdas de que o PS é refém!

Na Madeira será a escolha entre aqueles que colocam a Região à frente dos interesses do Partido – como a história do PSD demonstra – ou os que vivem felizes com um telecomando a partir do Largo do Rato.

 

Quem é o seu opositor na corrida à Presidência do Governo Regional?

António Costa! Não haja dúvidas. Nenhum Madeirense ou Porto-santense tenha dúvidas de que o candidato apontado pelo PS está na corrida para entregar um troféu ao secretário geral socialista.

Em todos estes anos de Autonomia, nunca nenhum partido esteve tão subjugado ao centralismo como os socialistas estão hoje. Mas penso serem sinais dos tempos. É aqui que tudo se jogará.

Ou a Autonomia continua a fortalecer-se ou regride como nunca aconteceu.

“Nunca se investiu tanto no sector [da Saúde]. E se dúvidas houvesse, verificamos que a Madeira investe 9,1% do seu PIB, os Açores 6,5% e o Continente 4,5. Ou seja, investimos o dobro!”

 

Acha que o PS está a enganar os eleitores ao apresentar um candidato à presidência do Governo que não é o presidente do PS Madeira?

Está a enganar os eleitores e está a enganar os socialistas. Mas é também uma demonstração de como uma liderança se considera incapaz de governar a Madeira e por isso não vai a eleições. Consideram-se sem força, sem projecto e sem ideias para se apresentarem aos eleitores. E por isso claudicam perante o PS nacional. Em troca de cadeiras…o costume.

 

Nos bastidores comenta-se que se sente muito incomodado com a visível onda de perfis falsos, de pseudo-jornais ‘online’, entre outros meios de comunicação, com que a oposição o ataca nas redes sociais. Isso é verdade? Acha que podem ter influência na escolha dos eleitores?

“Quem não sente não é filho de boa gente”, um ditado popular que espelha uma verdade. Ninguém gosta de ser vilipendiado ou difamado.

Todos temos família, filhos, amigos e conhecidos e o enxovalho sem sentido, despeitado e que diz mal por dizer não faz parte da minha educação.

Não pensem que me abatem por isso. Mas tenho o direito de dizer basta. Todos temos direito ao bom nome e a andar de cara levantada. Como eu faço todos os dias.

Se vai ter influência nos eleitores? Tenho a certeza que não! Os Madeirenses e os Porto-santenses são inteligentes e não costumam embarcar em tudo o que lhes dizem.

 

Suspeita de quem possa estar por detrás dessa onda de ataques?

Não suspeito, sei! E os Madeirenses e os Porto-santenses também sabem. E não gostam de quem anda por aí a dizer mal dos outros, gratuitamente. Não precisamos de difamar ninguém, para disputar (e vencer) eleições…

 

Admite que o PSD possa vir a ripostar ao mesmo nível revelando as histórias menos boas dos adversários à corrida eleitoral?

Não! Não entramos nesse jogo. Não vale tudo na política.

 

Como está a sua relação com o Governo da República?

Nem sequer sei o que lhe diga….

Tratamos com um Governo da República que quer parecer o campeão do diálogo, mas que depois mantem assuntos essenciais para o futuro dos madeirenses, do seu dia-a-dia, em “águas de bacalhau”. Nada acontece. Não apresentam soluções para problemas concretos, dos quais temos à cabeça o ‘dossier’ dos transportes (aéreos e marítimos), mas também não respondem às nossas propostas de solução. Estão claramente a empurrar tudo com a barriga, para tentarem tirar proveitos eleitorais.

Isso é deplorável em política. Nós nunca nos calaremos, nem deixaremos de denunciar tais situações.

Outro exemplo? O ‘dossier’ do novo Hospital e a vergonha que tem sido todo o processo, tudo a ser tentado para emperrar esse projecto.

 

Mas acha que têm prejudicado a Madeira?

Têm, e muito! Está à vista! E as pessoas sabem-no. Sentem na pele!

 

Quer dizer alguns exemplos em que a Madeira e os Madeirenses se sintam discriminados pelo Governo PS do Continente?

Exemplos?! Esta revista não daria para falarmos disso, tantos são…

Para além dos que referi anteriormente, como a revisão sempre adiada do subsídio de mobilidade, temos o passe sub-23 para os estudantes Universitários. Chegaram ao desplante de mudar a lei para que os estudantes universitários da Madeira e dos Açores fossem excluídos.

O Governo da República perdeu a vergonha na cara! Outro? A ausência de apoios ao helicóptero de combate aos incêndios… Ou ainda os juros da dívida que Lisboa cobra à Madeira!

Pura agiotagem! Alguém compreende que o Estado cobre mais do dobro pelos juros de um empréstimo que fez à Região? Se tivesse feito algo de elementar justiça – reduzir esse juro para o valor a que se financia nos mercados internacionais, para a sua própria dívida, a Madeira pagaria menos 12 milhões de euros por ano. Já la vão 48 milhões de euros de lucro para os cofres do Estado.

Isto faz algum sentido? Só na visão distorcida de quem tem a máquina do Estado ao serviço de interesses partidários e eleitoralistas.

E a TAP, o que dizer de uma empresa em que o Estado tem metade do capital, no dizer do primeiro ministro, para poder assegurar os interesses estratégicos do país? Com os preços escandalosos que os madeirenses pagam, 500, 600 e até 700 euros para uma viagem de hora e meia, fica claro que a Região Autónoma é tudo menos estratégica para o PS.

Enfim. Parece valer tudo. Mas não vão ganhar nada com isso. As pessoas não são tontas!

 

Conseguiu proteger os estudantes do problema de terem de adiantar o dinheiro das viagens antes de serem reembolsados. Pode prometer o mesmo aos madeirenses em geral?

Posso prometer, como já afirmei recentemente, que estamos seriamente a trabalhar nessa questão. O que eu quero é resolver este assunto antes do Verão! Mesmo sem a ajuda de Lisboa. Mesmo que a República não queira ajudar.

 A sua política de saúde tem sido muito criticada. Não tem investido o suficiente? Não tem feito os investimentos certos?

Fala-se muito na área da Saúde. Houve até quem elegesse como objectivo que o sector, na Madeira, fosse igual ao de Portugal Continental e dos Açores. Estávamos, em bom português, tramados. Basta ver o estado da Saúde no Continente ou nos Açores. Em quase todos os índices estão muito piores do que os da Região. São equipamentos que não funcionam, demissões atrás de demissões, hospitais parados.

Nunca se investiu tanto no sector. E se dúvidas houvesse, verificamos que a Madeira investe 9,1% do seu PIB, os Açores 6,5% e o Continente 4,5. Ou seja, investimos o dobro.

O que se passa aqui, na Saúde, passa-se em todo o lado. Os nossos médicos, os nossos enfermeiros, os nossos profissionais de Saúde são do melhor.

Claro que precisamos de contratar mais médicos, claro que precisamos de comprar mais equipamentos e de melhorarmos algumas instalações. Precisamos diminuir as listas de espera. E estamos a fazê-lo. Mas as dinâmicas da Saúde hoje são diferentes e temos de responder com qualidade, segurança e responsabilidade.

Mas por isso é que vamos construir um novo Hospital, por isso é que contratámos quase 900 funcionários, a grande maioria médicos e enfermeiros, por isso é que renovámos 13 centros de saúde, ampliámos dois e construímos dois novos.

 

As políticas ambiental e social do seu Governo são as mais elogiadas. Há algum segredo ou é só uma questão de percepção?

São duas áreas (a Social e a Ambiental) que muito nos dizem. Porque, de um lado, está a defesa de uma população, sobretudo dos mais carenciados, dos mais vulneráveis. Se for ver os dados, melhorámos em todos os sectores. E estamos melhores do que o resto do País, em termos de ajuda, de investimentos, de inovação. Por exemplo, quando ainda se fala em entregar manuais escolares, nós já estamos a ir mais longe e a investir nas novas tecnologias, na implementação dos manuais digitais. Vamos fazer experiência-piloto ainda este trimestre e a ideia é atingir toda a escolaridade ao longo do próximo mandato.

Mas também inovamos nos apoios à família, como a introdução do Kit Bebé, de apoio à natalidade, e a redução das mensalidades das creches e dos jardins-de infância e dos passes sociais.

Só na redução dos passes sociais, permitimos às famílias pouparem mais de duzentos euros anuais. E na redução das creches a poupança atinge os 40%, em cada mês. Ou seja, estamos a falar de milhares de euros, no final do ano, em rendimentos devolvidos às famílias madeirenses e porto-santenses.

Quanto ao Ambiente, é uma área onde investimos desde sempre. Não descobrimos a conservação ambiental ontem. Preocupa-me, sobretudo, a questão das alterações climáticas. Temos de fazer todo o possível, hoje, para não comprometermos o futuro dos nossos filhos e netos.

Aqui está uma área onde temos investido imenso, ao nível sobretudo da limpeza de florestas e da criação de tampões verdes, que promovam a segurança das populações e a conservação da paisagem. Algo essencial a uma terra onde o Turismo tem a importância que tem.

Quanto aos professores:

“É um acto de justiça para uma classe a que este País muito deve e é tão maltratada. É uma questão de repor a justiça. E o acordo não é só com os professores. Outras classes profissionais serão abrangidas.”

 

O turismo continua a ser crucial para a Região. Quais os novos desafios para o próximo quadriénio?

É, continua a ser. É a nossa actividade mais importante, se bem que os outros sectores estejam a crescer muito e a diminuir a dependência de que temos desta área económica. A Agricultura tem crescido de tal forma que as exportações são agora maiores do que as importações, permitindo à Madeira ter uma balança comercial historicamente positiva. Ou seja, já exportamos mais do que importamos. A área das Novas Tecnologia é outra onde estamos muito bem. E estamos a crescer também no Comércio e na Construção Civil, potenciado muitos empregos. De tal forma, que a Taxa de Desemprego recuou já para valores de antes da crise.

 

O IRC na Madeira passou a 13%, enquanto no Continente é de 23%. Tem conseguido atrair empresas para a Madeira?

A redução de IRC é para as Pequenas e Médias Empresas da Madeira. Para os nossos empresários. É uma forma de os ajudarmos, de lhes melhorarmos os rendimentos, potenciando ainda a criação de empregos e o surgimento de novos negócios.

Em Portugal Continental, não houve este cuidado.

Aliás, como também não o houve em relação à redução do IRS. Nós reduzimos os impostos para todos nos seis escalões.

 

Conseguiu fechar um acordo com os professores enquanto o Governo PS, apoiado pelo Bloco e pelo PCP, que prometeram esse acordo não o fizeram. Acha que isso é uma medida eleitoralista?

Eleitoralista? Não! É um acto de justiça para uma classe a que este País muito deve e tão maltrata. É uma questão de repor a justiça.

A economia madeirense está a crescer, aliás fá-lo há 67 meses consecutivos e a um ritmo (2,3%) superior ao País, temos ‘superavit’ nas nossas contas, pelo que estamos em condições de aliviar as cargas fiscais, de devolver o que tinha sido tirado aquando do Programa de Ajustamento Económico e Financeiro que foi imposto à Madeira.

Fazemo-lo agora porque só agora é que conseguimos ter condições para devolver regalias. Porque as nossas políticas permitiram este crescimento, este maior desafogo, que não é ainda o ideal, mas que já nos permite respirar melhor e ajudar melhor as pessoas. E não é só com os professores. É também com outras classes profissionais.

 

Recentemente anunciou também o acordo com os enfermeiros. O Presidente da Câmara do Funchal, também presente na cerimónia em causa, critica a sua política de Saúde.  Acha que vai ter dinheiro para cumprir estas medidas que agora anunciou?

Sim, os enfermeiros são outra classe com a qual chegámos a acordo, ao contrário do que acontece em Lisboa. Mas também fizemos um excelente acordo com os médicos. E temos outros acordos para firmar, na área da Saúde, mas também com outras classes profissionais.

Precisamente por aquilo que venho dizendo: a nossa política permitiu um crescimento económico tal que agora podemos tomar estas medidas de reposição de direitos, de apoios sociais, de investimento público.

E só prometemos porque sabemos que vamos cumprir. Não prometo aquilo que não posso cumprir. Para mim, é um princípio sagrado!

 

O regresso dos Madeirenses residentes na Venezuela ou dos seus descendentes é um problema para si?

Não. Receber de volta um madeirense nunca é problema. Somos uma família gigantesca, solidária, que nunca abandona os seus.

 

Como está a conseguir integrá-los profissional e socialmente na Região?

Com a ajuda de todos. Claro que isso pode ter consequências em alguns indicadores. Por exemplo, a taxa de desemprego poderia ser ainda menor. Mas, sinceramente, não é isso que me interessa. O que me importa é devolver a esperança, a tranquilidade, a segurança a esta gente. Temos feito um esforço extra para dar resposta a este aumento de população (são mais de sete mil pessoas), mas fazemo-lo de boa vontade. Porque, para nós, não há Madeirenses e Porto-santenses de segunda. São todos iguais!

 

Paulo Cafôfo anunciou há dias, num jornal regional, as suas 33 queixas do Governo Regional. Não lhe pedimos 33 queixas, mas quer comentar o mandato do presidente da Câmara do Funchal?

33 não chegariam, de certeza. Mas, não quero estar aqui a falar disso. Os funchalenses sabem bem o trabalho que fiz e o trabalho que é feito agora. Veem as diferenças na recolha do lixo, na limpeza dos jardins e das ruas, no desperdício de água, na ausência de investimento público. À exceção do Cais do Carvão, tudo o resto ou foi iniciado no meu tempo ou não passou de promessas feitas, mas nunca concretizadas.

No que diz respeito à integração profissional e social na Região dos Madeirenses que regressam da Venezuela:

“Temos feito um esforço extra para dar resposta a este aumento de população (são mais de sete mil pessoas), mas fazemo-lo de boa vontade. Porque, para nós, não há Madeirenses e Porto-santenses de segunda. São todos iguais!” 

 

Como Funchalense, acha que a cidade está melhor?

Não. Está muito pior, infelizmente.

 Para quando a resolução do caso da árvore do Monte?

Nunca falei desse caso. Não é agora que o vou fazer! Está nas mãos da justiça.

Quer deixar uma mensagem aos madeirenses?

Confiança, Esperança, Combate, Desenvolvimento e Solidariedade.

De Confiança no trabalho que juntos temos vindo a desenvolver e cujos frutos já beneficiam as famílias madeirenses e porto-santenses.

De Esperança no futuro, de que vamos poder continuar a trilhar o nosso caminho, no objectivo de uma vida melhor.

De combate pela Autonomia, pelo nosso direito a decidir o nosso destino, sem senhorios de Lisboa.

De Desenvolvimento da Madeira, que permita continuar a crescer a economia e a descer o desemprego, a melhorar os rendimentos das famílias e a crescer as exportações. A que nos permitiu reduzir tarifas das creches ou dos passes, reduzir os impostos, oferecer incentivos à natalidade. A que nos vai permitir continuarmos a melhorar os rendimentos dos Madeirenses e dos Porto-santenses, criar mais emprego, diminuirmos os impostos, apoiarmos ainda mais e melhor os mais vulneráveis, sobretudo, mas todos os Madeirenses e Porto-santenses sem excepção.

De Solidariedade, a que nos permite apoiar os madeirenses em áreas como a Educação, a Saúde e o Social. A que fazemos todos os dias, apoiando as instituições e a população em geral. A que querermos melhorar, chegando ainda a mais gente. Mas, sobretudo, alargando o leque de apoios, na Saúde, na Educação e no Social. 

Relativamente ao regresso dos Madeirenses residentes na Venezuela:

“Receber de volta um madeirense nunca é problema. Somos uma família gigantesca, solidária, que nunca abandona os seus.”

Sofia Arnaud

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