Sábado, Abril 20, 2024

O contributo da Valorpneu para a economia circular

VALORPNEU

A Valorpneu nasceu há 20 anos, para dar resposta a um problema ambiental: os pneus em fim de vida. Ao longo deste tempo, a entidade gestora portuguesa tem dado passos significativos no caminho para a economia circular e para a sustentabilidade do planeta.

No sector automóvel e dos pneus usados, não podemos falar em economia circular e sustentabilidade sem destacarmos a actividade da Valorpneu. O propósito da Valorpneu é organizar e gerir o sistema de recolha e encaminhamento dos pneus usados em Portugal, sendo hoje responsável pela recolha e valorização de 100% dos pneus anualmente gerados. Desde o início da sua actividade, esta entidade já tratou cerca de 157 milhões de pneus, o que em termos de responsabilidade ambiental representa uma poupança de mais de 2 700 000 toneladas de emissões de CO2 e mais de 82 milhões de GJ evitados.

Ao longo dos seus 20 anos de actividade, a Valorpneu tem dado passos importantes no caminho para uma economia circular. Os pneus em fim de vida têm um enquadramento legislativo já desde 2001 que estabelece a responsabilidade alargada do produtor e existe um sistema integrado gerido pela Valorpneu que procede à sua recolha, transporte e encaminhamento para destino final de valorização, sendo que mais de 50% dos pneus são reciclados e incorporados em novos produtos e os restantes recauchutados ou valorizados energeticamente. Portugal foi dos primeiros países da Europa a legislar nesse sentido. É exemplo mais recente o Fim de Estatuto de Resíduo, estabelecido na Directiva Europeia relativa ao Regime Geral de Gestão de Resíduos, mecanismo que permite que certos materiais, em circunstâncias específicas, possam ser utilizados como produtos, sem que os trâmites administrativos associados à gestão de resíduos lhes sejam aplicáveis. Poucos países o fizeram, não mais que dois ou três para além de Portugal. O Estado português adoptou este mecanismo para os materiais derivados de pneus em fim de vida através de Portaria publicada no início de 2018 simplificando alguns procedimentos e potenciando uma maior implementação no mercado dos produtos reciclados de pneus.

A reciclagem de pneus usados tem como produtos finais o pó e o granulado de borracha, o aço e o têxtil. O granulado de borracha tem muitas aplicações, tais como relvados sintéticos, pavimentos diversos, nas indústrias de isolamentos e da borracha e nas misturas betuminosas com borracha. O aço é vendido a empresas que reciclam metais e o têxtil é passível de valorização energética.

Existem anualmente mais de 30 milhões de toneladas de pneus em fim de vida no mundo que são descartados, sendo que na Europa são gerados cerca de 3,4 milhões de toneladas todos os anos. “Os produtos reciclados de pneus estão fortemente dependentes do mercado dos relvados sintéticos e dos pavimentos. Importa diversificar e ampliar os mercados alternativos. Os pneus em fim de vida para além de terem potencial para substituir matérias-primas e recursos naturais em inúmeras soluções, preservando o ambiente, voltam a ser por essa via reintroduzidos na economia e a gerar valor”, explica Climénia Silva, directora-geral da Valorpneu.

Em termos ambientais por cada tonelada de pneu recolhido em Portugal e valorizado são evitadas 1,5 toneladas de emissões de gases com efeito estufa, o equivalente às emissões produzidas por um veículo de passageiros a percorrer 6.300 km.

No âmbito da sua actividade, a Valorpneu promove ainda a sensibilização e comunicação para incentivar as boas práticas e fomentar a utilização dos materiais reciclados de pneu, bem como o financiamento de actividades de I&D que contribuam para atingir os seus objectivos. Neste ponto é possível destacar o NextLap, um programa internacional de inovação no domínio dos produtos derivados da reciclagem de pneus, promovido pela Valorpneu e pela recicladora multinacional Genan, com o apoio da consultora em inovação Beta-i. Um projecto que procura soluções em larga escala provenientes da reciclagem de pneus, prontas para o mercado, e coloca face a face inovadores, a indústria que se constitui como parceiros de piloto dos projetos e ‘experts’.

Contudo, e apesar dos esforços da Valorpneu, “não basta falar em economia circular e em sustentabilidade para que isso só por si se torne uma realidade. É imperativo uma mudança de atitude e os líderes políticos têm um papel determinante nessa matéria: é necessário consciencializar, desenvolver enquadramento legal e criar políticas de financiamento, aposta na inovação, reestruturar sectores de actividade e incentivar o desenvolvimento da reciclagem e o consumo de materiais reciclados, através de uma discriminação positiva destes produtos e de novos modelos de negócio”, conclui Climénia Silva. 

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