Quinta-feira, Março 28, 2024

Euro2020: Campeão europeu à conquista da Europa

Miguel Morgado

26 jogadores, 11 repetentes do título europeu em 2016, uma estreia, Pedro Gonçalves, duas cidades, Budapeste e Munique, dois países na fase de grupos, Hungria e Alemanha e dois velhos conhecidos, França e Alemanha. Portugal e Fernando Santos, campeões europeus em título, partem à conquista do Euro 2020. A prova, um ano depois do previsto devido à pandemia, decorre em 11 cidades de 11 países, de 11 de Junho a 11 de Julho. Pontapé de saída em Roma e fim em Londres. Público nos estádios entre os 25% e a lotação esgotada.

Quase cinco anos depois do mais famoso pontapé de Éder, o tal remate em Paris, no Stade de France, que terminaria em golo e valeu o primeiro título europeu a Portugal, a selecção nacional de futebol começa uma nova aventura num Campeonato da Europa.

Será o oitavo do historial, o sexto consecutivo, uma sequência inaugurada quatro anos antes da viragem do século (1996).

O Euro 2020 é a sexta competição da era Fernando Santos, o treinador mais bem-sucedido de sempre com as Quinas ao peito. O “Engenheiro” de 66 anos ergueu dois troféus europeus, Euro2016, em França, e a Liga das Nações, em 2019. Os únicos conquistados por Portugal até à data, por sinal.

Em exercício desde 2014, este tem sido um caminho de sucesso trilhado ao lado de um outro Fernando (Gomes), presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), antigo presidente da Liga que assumiu o cargo federativo em Dezembro de 2011. Três anos depois convidou Fernando Santos para substituir Paulo Bento, os dois únicos seleccionadores do reinado da actual direcção da FPF.

Com 82 jogos disputados ao serviço de Portugal, Fernando Santos soma no currículo dois europeus (França 2016 e Euro 2020), um Mundial (Rússia 2018), duas Ligas das Nações (2018-2019 e 2020-2021) e uma Taça das Confederações, em 2017.

O antigo treinador dos três grandes e seleccionador grego, com mais de 1000 idas ao banco na qualidade de treinador principal (um feito alcançado diante a Sérvia a 27 de Março, Grupo de Qualificação para o Mundial 2022), tornou-se seis anos depois da sua estreia, 11 de Outubro de 2020, diante do mesmo adversário, a França, o seleccionador com mais jogos, então com 75, mais um que Felipe Scolari.

Fiel a um modelo de 23 jogadores, Santos abriu mão do seu princípio e acedeu aos pedidos da UEFA para a 16ª edição da competição entre 24 países europeus. Inscreveu mais três jogadores, 26 ao todo.

Católico, supersticioso, conhecido como conservador e “resultadista”, leva apenas três centrais e polivalência na bagagem. Pedro Gonçalves, Sporting, melhor marcador da Liga NOS, é mais um estreante lançado por Fernando Santos. Nuno Mendes e Palhinha, colegas de clube (Sporting) estreiam-se em fases finais, assim como Jota.

Dos campeões europeus mantêm-se nas escolhas do selecionador 11 jogadores. Rui Patrício, Anthony Lopes, Pepe, José Fonte, Raphael Guerreiro, Danilo, William, João Moutinho, Renato Sanches, Rafa e Cristiano Ronaldo.

De fora dos eleitos ficaram os outros 12 campeões europeus. Destaque para as ausências de Cédric Soares, Ricardo Quaresma, Adrien Silva, João Mário, André Gomes e o já falado herói do Stade de France, Éder.

Na lista de 26 regista-se a presença de apenas seis jogadores que vestem camisolas de clubes portugueses. Três jogadores do Sporting, dois do Futebol Clube do Porto e um do Benfica. O Wolverhampton é o emblema mais representado, quatro e a Inglaterra o maior exportador, seis. Espanha e França (4), Alemanha (2) e Itália (Cristiano Ronaldo que cumpre a 11ª fase final) são os outros destinos da fuga de cérebros portugueses.

Integrado no Grupo F, Portugal, campeão europeu em título, vai defrontar Hungria, Alemanha e França. Neste grupo da morte com dois ex-campeões europeus e mundiais, gauleses e tectónicos, o 11 nacional defronta duas selecções que jogam literalmente em casa. A Magiar e a alemã.

Os bilhetes de avião para Budapeste estão comprados para 10 de Junho. A estreia no Euro 2020 acontece cinco dias depois, dia 15, contra a Hungria. De malas aviadas seguem para Munique, cidade onde defrontam a Alemanha, a 19, e regressam à capital húngara para reencontrar uma velha conhecida que traz boas recordações recentes, a campeã mundial França, no dia 23.

Os estádios

Os grupos

Se passar para a fase do “mata-mata” dos oitavos de final, são quatro as hipóteses de viagem. Bucareste e Budapeste, a Leste, Londres e Sevilha. Na fase seguinte, são Petersburgo e Baku, igualmente no Leste da Europa, Roma ou o regresso a Munique está em cima da mesa conforme diversas equações classificativas e, por fim, Londres será a “casa” no caso de atingir os dois últimos patamares da prova, meias e final.

As cidades e os estádios

Diferente de anos anteriores, esta não será a edição de um país só nem a pretendida competição de romarias unindo a Europa do Atlântico aos Urais.

Adiada por um ano devido à pandemia de Covid-19, será disputada em 11 cidades de 11 países, ao contrário dos 13 inicialmente eleitas.

Após a queda de Bruxelas, ficaram igualmente “fora de jogo” Bilbao (Espanha) e Dublin (Irlanda) por falta de garantias quanto à presença de adeptos nas bancadas. São Petersburgo e Londres são os novos palcos.

O colorido no interior dos estádios é um desejo do “dono” do futebol europeu que delega nas urbes uma abertura de portas entre 25% e 100% da capacidade dos estádios.

A competição arranca no Estádio Olímpico de Roma (Itália) a 11 de Junho, uma sexta-feira, com a partida entre Itália e Turquia, Grupo A. Já a final será domingo, 11 de Julho, em Wembley, a oeste de Londres (Inglaterra).

Euro 2020 em sinal aberto na TVI, RTP e SIC. Sport TV com canal exclusivo

SIC, RTP e TVI assinaram uma parceria com a Sport TV, detentora dos direitos televisivos e podem transmitir as partidas em simultâneo ao canal de desporto codificado.

Embora os 51 jogos passem na Sport TV, o sinal fica aberto aos restantes três canais. À TVI coube a maior fatia na transmissão de jogos: oito da fase de grupos, com destaque para o pontapé de saída do Europeu, Turquia-Itáliadia 11 de Junho às 20h00, e o Portugal-Alemanha, sábado, dia 19 Junho, às 17h00. Na programação de 12 entram dois jogos dos oitavos de final, um encontro dos quartos de final e uma meia-final.

A RTP dividiu com a SIC os restantes 12 duelos entre selecções. A televisão pública, responsável por oito, emitirá a final da prova, quatro jogos na fase de grupos, com destaque para o Portugal-França (23 de junho, às 20h00), um dos oitavos de final, um dos quartos de final e uma das meias-finais.

À Estação de Carnaxide, com cinco partidas, coube a estreia da selecção nacional na competição frente à Hungria, na terça-feira, 15 de Junho, às 17h00, o duelo britânico da fase de grupos – Inglaterra-Escócia – agendado para 18 de Junho, dois jogos dos oitavos de final e um outro dos quartos de final.

A Sport TV terá um “bar aberto” pago de futebol e um canal exclusivamente dedicado ao Europeu a rodar todos os ponteiros do relógio enquanto decorrer a competição.

Figuras de Estado vestem a camisola das Quinas

De Europeu para Mundial, de Mundial para o Europeu, a política, como a economia e a cultura anda de braço dado com o futebol. O Europeu2020 não será excepção.

Marcelo Rebelo de Sousa, Ferro Rodrigues e António Costa, os mais altos representantes da República Portuguesa, vão marcar presença nos jogos da selecção nacional no Euro2020.

Ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, cabe a honra de abrir a habitual ponte aérea a partir de Portugal. A mais alta figura do Estado assistirá, dia 15 de Junho, à estreia da selecção frente à Hungria, em Budapeste.

Quatro dias depois, a 19, Portugal joga em Munique com a Alemanha. Entra em campo o primeiro-ministro, António Costa. Para o último encontro da fase de grupos, disputado novamente na cidade dividida pelo rio Danúbio, com a França, Portugal será representado pelo Presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, a segunda figura do ponto vista hierárquico.

Partilhe este artigo:

Artigo anteriorSer baixinho
Próximo artigoUma jóia no deserto
- Advertisement -
- Advertisement -

Artigos recentes | Recent articles

Um país na flor da idade

Nos últimos 20 anos Angola sofreu inúmeras transformações, desde a mais simples até à mais complexa. Realizou quatro eleições legislativas, participou pela primeira vez numa fase final de um campeonato do mundo, realizou o CAN e colocou um satélite em órbita.

David Cameron

David Cameron foi Primeiro-Ministro do Reino Unido entre 2010 e 2016, liderando o primeiro Governo de coligação britânico em quase 70 anos e, nas eleições gerais de 2015, formando o primeiro Governo de maioria conservadora no Reino Unido em mais de duas décadas.

Cameron chegou ao poder em 2010, num momento de crise económica e com um desafio fiscal sem precedentes. Sob a sua liderança, a economia do Reino Unido transformou-se. O défice foi reduzido em mais de dois terços, foram criadas um milhão de empresas e um número recorde de postos de trabalho, tornando-se a Grã-Bretanha a economia avançada com o crescimento mais rápido do mundo.

Conferências com chancela CV&A

Ao longo de duas décadas, a CV&A tem vindo a promover conferências de relevo e interesse nacional, com a presença de diversos ex-chefes de Estado e de Governo e dirigentes políticos de influência mundial.

Mais na Prémio

More at Prémio

- Advertisement -