Quinta-feira, Abril 18, 2024

A próxima página

Chris Sainty, Embaixador Britânico

No dia 31 de janeiro o Reino Unido saiu da União Europeia. Isto não significou um fim, mas sim um novo e ambicioso início no relacionamento com os nossos parceiros europeus.  Foi um momento muito importante em que se cumpriu a promessa feita ao povo britânico há mais de três anos, no referendo de 2016. Os direitos dos nossos cidadãos ficaram assegurados. Saímos como um Reino Unido, livres para decidir o nosso próprio futuro e formar parcerias com velhos aliados e novos amigos em todo o mundo, baseadas numa amizade sólida, valores partilhados e interesses mútuos.  Encaramos estes novos passos como um “virar de página”.

Mas apesar de estarmos a sair da União Europeia, continuamos fortemente empenhados em trabalhar de forma estreita e construtiva com todos os países europeus.  Queremos uma relação com a UE baseada na cooperação amigável entre iguais e soberanos, centrada no livre comércio. Teremos um relacionamento com os nossos amigos europeus inspirado na nossa história e valores partilhados. Porque essa cooperação é vital para a estabilidade internacional, ajudando-nos a enfrentar as grandes ameaças globais e a promover os nossos objetivos comuns.

Em particular, queremos empenhar-nos no combate às alterações climáticas, juntamente com Portugal e os outros países europeus que são tão ambiciosos como nós no que toca ao clima e ao meio ambiente.  Este ano iremos acolher em Glasgow a COP26 – a próxima conferência da ONU sobre Alterações Climáticas. Temos de agir em conjunto para acelerar as medidas destinadas a reduzir as emissões, a proteger o nosso ambiente e a promover a adaptação às consequências a que estamos a assistir em todo o mundo.  Precisamos que os países aumentem o seu nível de ambição para nos aproximarmos coletivamente de um caminho que cumpra as metas gerais de temperatura do Acordo de Paris – limitar a subida bem abaixo de 2ºC e equilibrar a temperatura global na segunda metade do século.

Com Portugal queremos construir uma parceria moderna orientada para o futuro, tomando como base a relação histórica e de amizade muito especial que une os nossos dois países e os nossos povos desde há vários séculos.  A Aliança Luso-Britânica, que tem como ponto alto o Tratado de Windsor em 1386, é a mais antiga aliança diplomática entre dois países que ainda se mantém em vigor em todo o mundo. 

Partilhamos valores muito importantes tais como o respeito pelos direitos humanos e um sistema internacional baseado em regras, e também interesses estratégicos e perspetivas globais, em resultado da nossa geografia atlântica. Temos também preocupações comuns com questões como a segurança e a defesa, e a importância dos progressos na ciência e na inovação. Somos ambos membros da NATO, da OSCE e da ONU.  Existe um grande potencial para fortalecer as relações entre os mundos de língua inglesa e portuguesa, nomeadamente através do nosso estatuto de observador na CPLP.

A nossa relação comercial é sólida e está em crescimento.  O RU é o 4º maior mercado de exportação para Portugal; e somos o 4º maior investidor estrangeiro em Portugal. Para além dos setores tradicionais como a alimentação, o vinho e os têxteis, há muito comércio bilateral e investimento em setores mais inovadores, como os serviços digitais, as ciências da vida, as artes criativas e as energias renováveis.  Tudo faremos para que continuemos a manter intensas as trocas comerciais.

A expansão do comércio pode fortalecer as empresas, criar empregos, reduzir o custo de vida e ampliar a escolha do consumidor. Estas opções devem estar disponíveis não apenas para a Europa, mas também para os países mais pobres do mundo.  Devemos agir como fortes âncoras morais, como uma força para o bem no mundo. Esta é uma oportunidade para o Reino Unido demonstrar que podemos ser aliados, vizinhos e amigos ainda maiores na Europa.

Por tudo isto, estou convencido que os nossos cidadãos e as nossas empresas continuarão a manter um relacionamento muito próximo no futuro; e que os nossos Governos continuarão a manter uma cooperação muito estreita nas questões que importam aos nossos países e que são importantes para a segurança e prosperidade dos cidadãos, na Europa e no mundo.

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