Pedro Reis, Head of Institutional Banking at Millennium BCP
Há 18 séculos, no século III, o mundo assistia ao que se convencionou estipular como o fim do Império Romano: era toda uma época histórica que chegava ao fim, todo um império que entrava no seu ocaso e toda uma civilização que implodia. Era preciso reinventar o mundo ocidental tal como se conhecia até então.
Há 18 décadas, em 1841, o Reino Unido ocupava Hong Kong e a Nova Zelândia: o mais poderoso império europeu mostrava assim que a Ásia era crucial para o seu projeto global. Era preciso reinventar as fronteiras desse fenómeno, como que, antecessor da globalização atual.
Há 18 anos, em 2003, dava-se a explosão do Columbia: que se revelou um marco transformacional nessa grande aventura que é a exploração espacial. Era preciso reinventar o plano a longo prazo dessa epopeia épica da humanidade.
Há 18 meses, em dezembro de 2020, o mundo estava prestes a lidar com o impacto de uma pandemia inesperada e desconhecida. Era preciso reinventar o processo de inovação científica e de solidariedade e articulação internacionais.
Há dezoito anos o António Cunha Vaz fundava a CV&A marcando dessa forma o arranque de um projeto que se viria a revelar icónico no seu setor.
Tal como há 18 séculos (e naturalmente salvaguardada a sua respetiva escala) há eventos que desencadeiam ou que aceleram uma mudança de paradigma: a CV&A foi um dos raros casos no setor da comunicação e das relações públicas em Portugal que viria a marcar toda uma nova geração de agências: porque trouxe uma ambição, uma profissionalização, uma abrangência e uma exigência à industria que a nivelou com as melhores equipas e com as melhores práticas que então se viam em setores diversos (e que, curiosamente, muitas vezes se encontravam, entre outras circunstancias, na operacionalização e na estruturação de grandes operações no mercado) como é o caso dos bancos de investimento, das grandes consultoras e dos principais escritórios de advogados.
Tal como há 18 décadas (e naturalmente salvaguardada a sua respetiva escala) há momentos ou decisões que inauguram ou definem uma mudança de modelo: estou convencido que o caso da CV&A, ao desbravar mercados externos apoiada em escritórios próprios ou através de parcerias estratégicas, demonstrou a importância que no mundo de hoje representa a capacidade de se partilhar experiências e de se praticar proximidades.
Tal como há 18 anos (e naturalmente salvaguardada a sua respetiva escala) há acontecimentos que aceleram a velocidade da inovação e a respetiva curva de experiência de um determinado projeto: estou convencido que o caso da CV&A demonstra como o sucesso nunca está conquistado em definitivo, pelo que é preciso estar permanentemente a inovar, a melhorar, a arriscar, a recrutar e a reinventar-se.
Tal como há 18 meses (e naturalmente salvaguardada a sua respetiva escala) há desafios que nos obrigam a recorrer ao melhor da nossa natureza e a apelar ao mais profundo das nossas forças: estou convencido que a CV&A, sob a liderança empenhada e inspirada do António Cunha Vaz, é um exemplo muito rico de como é possível conciliar exigência profissional com humanismo pessoal, e pragmatismo com afetividade.
O mundo das agências de comunicação evoluiu significativamente ao longo destes 18 anos: quer porque passou da “mera” assessoria mediática para uma panóplia de serviços de consultoria e de dinamização de ações de marketing, quer porque passou de um perímetro muito específico de valências (tais como a gestão de crises ou o ‘media training’) para abarcar todo um leque alargado de serviços que vão da conceção à implementação de estratégias de posicionamento e de comunicação, quer ainda por ter tido a plasticidade de abarcar e de integrar novas plataformas (e os “códigos e linguagens” próprios que elas exigem que sejam devidamente adaptáveis para serem devidamente assimiláveis) como é o caso do vasto e dinâmico universo digital em toda a sua extensão e profundidade.
A CV&A provou que é possível ser uma referência do seu setor e mesmo assim saber acompanhar os tempos e cavalgar as tendências, provou que é possível liderar num ciclo e continuar a singrar no seguinte, provou que é possível ser-se sempre diferente para se estar atualizado e, em simultâneo, manter-se sempre igual para se ser respeitado.
O António Cunha Vaz, e a sua CV&A, são daqueles casos raros que marcam a “personas” de todo um setor, que se transformam por mérito próprio num dos ícones emblemáticos de uma determinada indústria: pela sua personalidade, pela sua força e pela sua audácia.
Esse tipo de pessoas e de organizações marcam toda uma geração e fazem avançar todo um mercado. Porque se atrevem a rasgar horizontes e porque se atrevem a testar convenções. Sem dúvida, um caso especial.
Há cerca de 10 anos tive o prazer de colaborar durante aproximadamente 6 meses com o ACV na sua CV&A: tal permitiu-me testemunhar ‘in loco’ a fibra do António e a qualidade da sua equipa.
(Texto escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico)